Estande de São Paulo na Expo Xangai

Projeto é de Daniela Thomas e Felipe Tassara

Quando se fala na cidade de São Paulo, tudo  é superlativo. A maior metrópole da América do Sul possui mais de 11 milhões  de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de R$ 144 bilhões, o  que representa cerca de 15% do PIB nacional (SMF/2005). Com 1.530  quilômetros quadrados de extensão, o coração econômico do Brasil recebe em  média dez milhões de visitantes por ano e concentra a maior colônia japonesa  fora do Japão, a maior comunidade italiana fora da Itália e o maior número  de libaneses fora do Líbano.

Cidade Global, São Paulo está na vanguarda na  América Latina e ganha cada vez mais relevância internacional, não apenas no  âmbito econômico, comercial, tecnológico mas também político e estratégico.  Essa diversidade cultural e cosmopolitismo de São Paulo estarão  representados na maior e mais esperada Exposição Universal, que acontecerá  de 1º de maio a 31 de outubro de 2010, em Xangai, na China. 

O estande de São Paulo na Expo Xangai 2010 apresentará  essa multiculturalidade, pluralidade e a transformação da metrópole desde a  implantação da Lei Cidade Limpa, que levou a capital paulista a ser  escolhida em quarto lugar no ranking das 55 cidades selecionadas para  participar do evento. Localizado na área de Melhores Práticas Urbanas  (UBPA), o estande também será palco de debates, rodadas de negócios,  palestras e eventos empresariais. Estão previstas ainda exibições de filmes  e documentários. A proposta é apresentar a cidade, sua dimensão e  importância no cenário nacional e internacional.

O projeto, assinado pelos  cenógrafos Daniela Thomas e Felipe Tassara, responsáveis pelo Museu do  Futebol, representa, por meio das linhas do emblemático edifício Copan, a  transformação da metrópole antes e depois da Lei Cidade Limpa. "O Copan  serviu de inspiração para o projeto. Ele é um símbolo muito marcante da  cidade. Além disso, ele dá ideia de movimento e a capital paulista é uma  cidade em constante transformação", define a artista. Para Felipe Tassara,  este é um trabalho que tem características peculiares. "São Paulo é imensa e  vive todos os dramas de uma cidade deste tamanho. Mas é um lugar que não  para de pensar como melhorar seu futuro. E é isso que buscamos mostrar nesse  estande",  define  ele.

Visita

Divido em cinco  áreas, o estande de São Paulo será uma experiência diferente para o  visitante, como explica Daniela. "Como há uma tendência ao uso excessivo do  led, do vídeo e da projeção, buscamos algo que em as pessoas pudessem  participar, se mover, se mexer, enfim usar o próprio corpo para entender  como foi a transformação desencadeada em São Paulo com o Cidade Limpa".   O visitante passará por uma experiência sensorial na qual perceberá a  mudança no visual da capital paulista. A ideia é ver o impacto das  alterações urbanas desencadeadas a partir da entrada em vigor da nova  legislação.

Logo na entrada, na área denominada  Skyline, será possível visualizar o mar de prédios da maior  cidade da América do Sul. A primeira impressão ao chegar será ver a dimensão  da megalópole, com seus inúmeros edifícios e sua grandiosidade. "É possível  ver como é uma cidade muito construída, muito geométrica", acrescenta  Daniela.

Na sequência da visita, na sala  Street Signs (Sinais das Ruas), milhares de imagens e fortes  sons apresentam ao público a sensação de como era a capital paulista antes  da lei. A proposta é mostrar como placas, outdoors, luminosos, cartazes,  logomarcas foram gradativamente mudando o visual da cidade. O objetivo é  reproduzir a sensação de viver em um lugar com muita poluição sonora e  visual. No local, placas deslizantes permitirão ver a mesma fachada de um  prédio com e sem poluição visual e sentir a diferença do ponto de vista  estético e sensorial.

A visitação continua na sala do  "Before and After" (Antes e Depois), onde, logo no início, a altura  da sala leva o público ter a imediata sensação de amplitude. Segundo Daniela  Thomas, neste local, fotos, imagens, textos e impressões vão sintetizar como  era a metrópole antes e depois da nova legislação. A técnica utilizada será  a impressão lenticular, que permite visualizar, simultaneamente, seções  alternadas de múltiplas imagens que dão a ideia de ser em 3-D ou em  movimento. Para ver a imagem modificada, a pessoa precisará mover-se de um  lado para o outro. Ainda nesta sala, três cabines 'laternas mágicas'  permitirão ao visitante ver o efeito rápido de locais de São Paulo com e sem  poluição visual.

A velocidade da transformação da  capital paulista poderá ser entendida melhor na exposição de fotos de  "São Paulo No Logo" (São Paulo Sem Logo), de Tony de Marco. As lentes  do fotógrafo e artista plástico registraram espaços e esqueletos de outdoors  após a entrada em vigor na lei Cidade Limpa. O resultado representa o início  de um novo ciclo com mudanças significativas na vida da grande metrópole  brasileira. "Tive a sorte de filmar a cidade logo depois da implantação da  nova lei. Foi um choque de redefinição da paisagem urbana de São Paulo",  afirma Daniela Thomas, acrescentando que foi muito interessante registrar  que aos poucos a cidade foi sendo redescoberta. A proposta é visualizar a  rapidez com que megalópole se transformou.

Mas a  capital paulista não é só Cidade Limpa. O projeto busca mostrar que São  Paulo é cosmopolita, multicultural, multirracial. "É uma megalópole que está  constantemente se repensando. Uma cidade que cresce, mas que não se  abandona. Sempre há pessoas pensando como fazer a vida nela melhor", destaca  a cenógrafa. Esta multiplicidade será apresentada na ala 'Welcome to São  Paulo (Bem vindo a São Paulo). Nela, o visitante verá a capital paulista de  todos. As imagens apresentarão a diversidade, arquitetura, arte, fauna,  flora e a multiculturalidade para que o mundo conheça a maior cidade  brasileira. Além disso, telas exibirão trechos do documentário "Bem-vindo a  São Paulo", com vários diretores, entre eles Leon Cakoff, Renata Almeida e  Daniela Thomas. Também no local, uma lente vai simular uma viagem em  movimento de Xangai a São Paulo. A proposta é levar o visitante a entender a  localização geográfica da capital paulista dentro do mundo, a distância que  separa as duas cidades e mostrar a sensação de duas localidades distintas  funcionando simultâneamente. 

Para a cenógrafa, que tem dezenas de  trabalhos premiados, projetar o estande de São Paulo nesta primeira  exposição universal que abriu espaço para as cidades é uma oportunidade  única. "Alguns dos mais interessantes e radicais arquitetos e cenógrafos,  que estão em exercício no mundo, estarão lá fazendo instalações, estandes e  conhecendo projetos. É um orgulho participar deste projeto de São Paulo na  Expo Xangai", declara Daniela Thomas. Para Felipe  Tassara, e este é um trabalho que tem características peculiares. "Este é,  sem dúvida um enorme desafio. Mostrar para o mundo a megacidade de São  Paulo, que é a minha cidade, é um grande desafio", define  Tassara.

Com aproximadamente 400 metros quadrados, o  estande contará ainda com um mezanino, onde telas dispostas lado a lado  permitirão aos visitantes ver vídeos e saber mais sobre São Paulo. Haverá  ainda uma sala destinada a reuniões, audiências e apresentações. Além disso,  São Paulo promoverá ações e atividades em espaços da Expo Xangai cedidos  pelos organizadores do evento.

Fonte: SMRI

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