Fevereiro Roxo: Fibromialgia tem tratamento

Dores constantes, alterações e fadiga são sintomas da doença, que é mais comum entre a população feminina

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Por: Giovanna Anjos e Rosângela Dias

A dor crônica faz parte da rotina de quem convive com a fibromialgia. Ainda não há comprovação sobre a origem da doença, que atinge majoritariamente o público feminino. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, de cada 10 pacientes diagnosticados com a doença, sete a nove são mulheres.

Não há exames laboratoriais ou de imagem que comprovem a doença, por isso, a avaliação do médico é fundamental para o diagnóstico e tratamento. Dores constantes pelo corpo por mais de três meses e pontos mais sensíveis ao toque na musculatura são os principais indícios de fibromialgia.

Neste Fevereiro Roxo, mês de conscientização sobre a doença, o HSPM Responde traz uma entrevista sobre o assunto com a coordenadora da Clínica de Reumatologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Dra. Pérola Goberstein Lerner.

O que é a fibromialgia? E quais os sintomas mais comuns?
A fibromialgia é uma doença crônica caracterizada principalmente pela dor, alterações no sono e fadiga, além de distúrbios emocionais, como depressão e ansiedade, e cognitivos, como alteração de memória e concentração. Os sintomas principais são fadiga crônica e dores difusas com característica intermitente, pode doer em qualquer local e qualquer hora do dia.

Quais são as causas da doença? Fatores genéticos ou hábitos de vida têm alguma influência?
A fibromialgia é uma doença multifatorial sem causa definida, envolve fatores genéticos e ambientais, às vezes o paciente passa por um trauma emocional ou físico importante que pode ser um gatilho e contribuir com o aparecimento da doença.

Como é feito o diagnóstico? Quais exames necessários?
Não é necessário nenhum exame laboratorial, somente diagnóstico clínico feito a partir das queixas do paciente.

Existe tratamento para fibromialgia? Como funciona?
Sim. Como os sintomas são variados, geralmente o tratamento é multidisciplinar, com ajuda de vários especialistas, como fisioterapeuta, psicólogo, psiquiatra, ortopedista e outros que podem ajudar no tratamento.

Há cura para a doença ou apenas formas de controlar os sintomas?
Há controle dos sintomas. Eventualmente, tiramos a medicação e mantemos o controle dos sintomas, com a mudança de hábitos e exercícios e, às vezes, também com acompanhamento psicológico.

Qual a influência de fatores emocionais para desenvolvimento dos sintomas?
Os fatores emocionais têm influência, não são a causa, mas dão impulsos, funcionam como uma forma de gatilho. Muitos pacientes têm problemas psicológicos, como depressão, ansiedade e estresse crônico associados à fibromialgia.

Quais as formas de prevenção da doença?
Prevenção não existe, mas sabemos que é importante a prática de exercícios físicos regularmente.

Qual a diferença entre fibromialgia e artrite reumatoide?
São doenças muito diferentes. A artrite reumatoide é uma doença autoimune, sistêmica e que apresenta alterações em exames laboratoriais, diferente da fibromialgia, que não tem nenhum exame que comprove a doença, apenas o diagnóstico clínico. A fibromialgia não é uma doença autoimune, não causa incapacidade, invalidez ou deformidade, que é algo que pode acontecer em casos artrite reumatoide não tratada.

Quais os impactos na qualidade de vida do paciente caso a fibromialgia não seja tratada corretamente?
A dor crônica, a fadiga e o sono não reparador podem trazer um desconforto importante. Portanto, é fundamental o diagnóstico e tratamento correto.