Maioria dos hipertensos não apresenta sintomas

Alimentação com alto consumo de sal, tabagismo e falta de exercício físico contribuem para o aumento da pressão arterial

Logo do HSPM responde, com uma mão segurando um megafone saindo de dentro de um celular

 

Por: Rosângela Dias e Giovanna Anjos

É provável que você tenha ou conheça alguém que convive com a hipertensão. Popularmente conhecida como pressão alta, a doença atinge, aproximadamente, 30% da população adulta em todo o mundo, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

O aumento da pressão arterial por um longo período pode ocorrer em qualquer faixa etária e é fator de risco para doenças como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca, além de aumentar as chances de eclampsia durante a gestação.

Neste Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão (26 de abril), a Dra. Regina Adler, coordenadora da clínica de cardiologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), fala sobre sintomas, causas e como prevenir o surgimento da doença.

O que é a hipertensão?
A hipertensão arterial é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados da pressão arterial sistêmica, ou seja, uma pressão maior ou igual a 140 por 90 milímetros de mercúrio (popularmente conhecida como 14/9).


Quais as causas? É genético ou hábitos de vida contribuem para o surgimento da doença?

Na maior parte dos casos, a hipertensão arterial não tem uma causa conhecida, sendo chamada de hipertensão arterial essencial, mas uma pequena parte pode ser causa por doenças de origem endócrina, vascular, etc. Vários fatores podem ser responsáveis pela hipertensão arterial, como hereditariedade, idade, raça, obesidade, tabagismo, estresse, sedentarismo e alcoolismo.


Quais são os sintomas que indicam o aumento da pressão? Quais problemas de saúde podem surgir por causa da pressão alta?
A hipertensão é conhecida também como assassina silenciosa, pois a maioria dos pacientes hipertensos não apresenta os sintomas. Quando não tratada, pode afetar órgãos como coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos, causando doenças como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, insuficiência renal e alterações visuais.


Como é feito o diagnóstico? Quais exames são necessários?

O diagnóstico é feito aferindo a pressão arterial. Se a pessoa tem uma pressão maior ou igual a 140 por 90 milímetros de mercúrio, pode se considerar um hipertenso e deve procurar um clínico ou um cardiologista. Podem ser necessários alguns exames como Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), que vai medir a pressão durante duas horas, caso o médico desconfie que o paciente tenha a “hipertensão do avental branco”, ou seja, só fica hipertenso na hora que está na frente do médico. O médico também pode solicitar um teste ergométrico, já que em alguns casos a pessoa pode ter uma pressão normal no dia a dia e apresentar aumento durante um esforço físico.


Como funciona o tratamento?

É feito por meio de cuidados como dieta saudável, exercícios, perda de peso e também temos o tratamento medicamentoso, feito com drogas que chamamos de inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (ECA), diuréticos, betabloqueadores, antagonistas do canal de cálcio, entre outros.


Há cura ou apenas formas de controlar os sintomas?

A hipertensão arterial não tem cura, apenas controle.


Quais os perigos a pressão alta pode trazer para mulheres grávidas?

Na gravidez, a pressão alta é de alto risco e pode causar a eclampsia, que pode levar ao óbito fetal.


Quais as formas de prevenção?

Para prevenir a hipertensão, é necessário adotar hábitos de vida saudáveis como praticar exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação saudável, não fumar, evitar bebidas alcoólicas, controlar a diabetes e o hipertiroidismo.