Otite: conheça as causas, sintomas e tratamentos disponíveis

Uso incorreto de cotonete e infecções aéreas, como gripes e resfriados, podem ocasionar inflamação na região do ouvido

Logo do HSPM responde, com uma mão segurando um megafone saindo de dentro de um celular

 

Por: Rosângela Dias e Giovanna Anjos 


Mais frequente entre bebês e crianças, a otite é uma infecção que atinge a região do ouvido, causando dor e desconforto. Para o tratamento adequado, é importante procurar orientação de especialista. As informações sobre tipos de otite, tratamentos e formas de prevenção estão nesta edição do HSPM Responde, com a coordenadora do setor de Otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Dra. Fátima Regina de Abreu Alves.


O que é otite?
Otite é um termo médico usado para denominar infecções e inflamações em uma das regiões do ouvido.

Qual a causa?
Pode ser causada por bactérias, fungos, vírus e alergias.

Há mais de uma forma de otite?
Os diferentes tipos estão relacionados com a localização da inflamação. A otite externa pode surgir em decorrência de manipulação da orelha com cotonete ou dedo ou após contato com água (piscina, cachoeira). A otite média pode decorrer de quadros de infecções de vias aéreas superiores, como gripes, resfriados e em quadros rinossinusais.

Quais os principais sintomas?
Nas otites externas, os pacientes queixam-se de dor de ouvido, perda da audição temporária, coceira intensa no ouvido e eliminação de secreção. Nas otites médias, os pacientes se queixam de dor de ouvido, podendo apresentar ou não secreção na orelha, perda auditiva e sintomas gerais como febre, irritabilidade, agitação noturna, dor abdominal, vômitos, diarreia, diminuição na ingestão de líquidos e alimentos e sonolência.

Como é o realizado o diagnóstico?
É feito com base nas queixas e relatos dos pacientes associados à inspeção da orelha. O exame físico deve considerar alguns elementos, como a presença de traumatismo ou dor ao tracionar o tragus (cartilagem que se encontra no ouvido externo) ou a orelha, e o tipo da secreção. Pode ser indicada uma aspiração e avaliação com microscópio. Em alguns casos de otites externas, poderão ser realizados curativos ou uso de medicamentos locais, para posterior reavaliação. Em outros podem ser necessários exames da secreção, biópsias, audiometrias e tomografias.

Como funciona o tratamento?
Nas otites externas poderão ser empregados medicamentos locais, ser necessárias aspirações (remoção de secreção), curativos com soluções antimicóticas e/ou soluções antibióticas, cauterizações de lesões polipoides e remoção de cerume. Em casos decorrentes de coceira intensa, é indicado que se evite o uso de cotonetes. Deve ser evitada a exposição à água e podem ser recomendados tampões. Nas otites médias, podem ser indicados anti-inflamatórios, antibióticos, analgésicos e antitérmicos associados a limpezas nasais.

Quais os riscos caso a otite não seja tratada corretamente?
Nos casos recorrentes, com secreção sanguinolenta ou dor muito intensa que não respondem ao tratamento convencional ou em pacientes imunocomprometidos, idosos ou lactentes, deve ser realizada uma investigação otorrinolaringológica.
Complicações de otites médias agudas podem ocorrer quando barreiras anatômicas da orelha média são rompidas por algum processo infeccioso, permitindo que ocorra uma extensão da infecção para outras regiões do osso temporal e para o crânio por continuidade e, menos frequentemente, por via hematogênica (via sanguínea).

Como se prevenir?
Nas otites externas, deve-se evitar a exposição a fatores irritativos locais e uso de cotonetes. Nas otites médias, cuidar dos quadros de vias aéreas superiores aplicando soluções salinas nas narinas. Para crianças, incentivar o aleitamento materno, orientar mamadas em posição elevada, evitar a exposição domiciliar ao cigarro e o uso de chupetas, bem como manter o calendário de vacina em dia.