Doação de órgãos: um ato que salva vidas

Brasil é referência mundial em transplantes; cerca de 40 mil pessoas aguardam na fila única de espera

Por: Rosângela Dias e Thayná Franzo

Dia 27 de setembro comemora-se o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, um ato de solidariedade que pode transformar a vida de quem aguarda na fila única de espera. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40 mil pessoas precisam de transplante e aguardam por um doador.

O primeiro transplante de órgãos bem sucedido ocorreu nos Estados Unidos, em 1954. No Brasil, a primeira cirurgia do gênero foi renal e ocorreu há mais de 50 anos. Podem ser doados coração, fígado, rins, pâncreas, pulmão e tecidos (osso, medula óssea, córnea).

“O Brasil é referência mundial em transplantes. É o 2° em número de casos, atrás dos EUA. Outro aspecto a destacar é que o SUS financia 96% dos transplantes, com assistência integral e gratuita aos transplantados”, destacou o coordenador do Pronto-Socorro Adulto (PSA) do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Dr. José Antonio Volpiani.

Quando há um possível doador, profissionais do HSPM entram em contato com a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Organização de Procura de Órgãos (OPO) de referência. A possibilidade de doação ocorre somente quando é declarada a morte encefálica do paciente, confirmada após a realização de exames que comprovem a inexistência de fluxo cerebral, tornando assim o quadro irreversível.

Autorização

A pandemia da Covid-19 teve impacto direto no número de transplantes realizados no País e a estimativa é que houve perda de 20% dos órgãos em condições para doação. Pessoas com doença infecciosas, câncer generalizado ou que tiveram seus órgãos comprometidos pela evolução de alguma doença também não podem doar.

Outro entrave para captação e transplante de órgão é a autorização familiar, uma vez que o procedimento não pode ocorrer sem a permissão de parentes de primeiro grau. “Entre nós só é possível doar órgãos com a autorização da família. Isso é problema porque a recusa familiar é responsável por perder de cerca de 40% dos doadores. Desta forma, quem desejar doar seus órgãos em caso de morte encefálica, deve conversar sobre o assunto com a família e deixar bem claro sua vocação e desejo ainda em vida”, orienta o Dr. Volpiani.