Praias e parques são os locais mais procurados para quem quer curtir o verão. No entanto, é preciso ficar atento aos cuidados para evitar a insolação. Nesta edição do HSPM Responde, a Dra. Elisa Raquel Martins da Costa Marques, dermatologista do Hospital do Servidor Público Municipal, fala sobre os problemas causados pela insolação e dá dicas para aproveitar de forma saudável a estação mais esperada do ano.

O que é insolação e como isso acontece?
Insolação é um estado patológico provocado pela exposição demorada a um sol intenso. A insolação ocorre quando há o aumento da temperatura do corpo acima da temperatura normal, causada pela exposição intensa às radiações solares. Isto pode ocorrer, por exemplo, quando um indivíduo vai à praia ou a um parque, onde o ambiente esteja muito quente e fica exposto às radiações solares de forma excessiva, sem proteção adequada.

Quais os principais sintomas?
Os principais sintomas da insolação são: muita sede, suor excessivo, aumento da temperatura do corpo, dor de cabeça e, nos casos mais avançados, dificuldade para respirar, tontura e vômito. A insolação pode levar à desidratação importante e queimadura solar da pele.

Insolação pode provocar algum problema dermatológico?
Sim! A exposição à radiação solar de forma excessiva, sem proteção adequada, pode causar queimaduras na pele, com sensação de ardência, presença de vermelhidão e até mesmo formação de bolhas.

Quais os graus de queimadura?
A queimadura de primeiro grau é a mais superficial, pois pega a camada superficial da pele, dando vermelhidão, queimação e inchaço. Neste caso, a pele se recupera e não fica nenhuma marca. A de segundo grau é mais profunda, atinge epiderme e também a derme, porém, ainda de forma superficial. Causa uma dor mais intensa e sensação de queimação, podendo formar bolhas. Pode evoluir, ficando com uma diferença de cor, mas existem casos de recuperação total. Já na de terceiro grau, a queimadura é tão profunda que pega a epiderme, a derme superficial e a derme mais profunda, onde se localizam os pelos e as glândulas, que também podem ser atingidos. É como se a pessoa perdesse a pele por completo. Neste caso, todo o tecido fica desvitalizado e pode evoluir com cicatrizes. Estas cicatrizes de queimadura podem mais tarde ter a chance de sofrer transformações e dar origem aos cânceres de pele.

O que deve ser feito em caso de insolação? Quando a ajuda médica é necessária?
A primeira coisa a se fazer é tirar a pessoa daquele lugar quente e coloca-lá na sombra ou algum lugar mais arejado. Depois é importante diminuir a temperatura do corpo com compressas frias, borrifos de água fria ou até banho de água fria. Além disso, é super importante hidratar a pessoa.

A insolação ocorre apenas em dias abertos ou é possível acontecer em dias de mormaço?
Nas duas situações. Mas nos dias nublados as pessoas acham que não vão se queimar e se expõem sem proteção e por mais tempo à radiação solar.

Quais os riscos caso a insolação não seja tratada imediatamente?
Se a insolação não for tratada, o quadro pode ficar muito grave e a pessoa pode chegar até a desmaiar ou até mesmo evoluir para o coma.

Como se prevenir contra insolação?
Evitar a exposição solar nos horários mais críticos, que são das 10h às 16h, quando as radiações são mais intensas. Usar bonés, chapéus, roupas e luvas com proteção UV no tecido, óculos de sol, e protetor solar com proteção maior ou igual a 30. Nos casos dos protetores solares, lembrar de reaplicar a cada duas horas, mesmo nos dias nublados. Há algum cuidado específico em casos envolvendo crianças e idosos? Sim, pois é uma população mais suscetível à insolação. As orientações valem para todos, mas crianças e idosos precisam de cuidados redobrados. É importante ficar atento aos fatores de proteção, o tempo de exposição, procurar se hidratar sempre e usar roupas que protejam.