'Dezembro Laranja' reforça atenção ao câncer de pele

Campanha busca conscientizar sobre riscos e prevenção de carcinomas e melanoma

Imagem ilustrativa na qual aparece à esquerda um holofote dentro de um celular e à direita o Texto HSPM Responde

Por Gabriel Serpa

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil terá mais de dois milhões de novos casos de câncer de pele entre os anos de 2023 e 2025. A doença é o tipo cancerígeno mais comum no país e corresponde hoje a 33% dos diagnósticos dessa natureza, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Criada em 2014, pela SBD, a campanha “Dezembro Laranja” tem como objetivo conscientizar sobre os tipos de câncer de pele, riscos e prevenção da doença. Nesta edição do HSPM Responde, o coordenador da Clínica de Dermatologia do HSPM, Dr. Nilton Di Chiachio, aborda os principais aspectos e esclarece dúvidas sobre o tema.

1. Como a doença se desenvolve?
Depende do tipo de câncer e do paciente. Ela pode se desenvolver como carcinoma basocelular, que na maioria das vezes tem crescimento mais lento. Assim como pode ser mais agressiva, como no caso de carcinoma espinocelular em pacientes imunodeprimidos. Os tumores têm tempos diferentes.

2. Quais os tipos da doença?

Basicamente, existem três tipos de tumores mais comuns: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e o melanoma maligno. O basocelular é normalmente o mais benigno deles. O espinocelular tende a ser intermediário, dependendo da localização dele e do paciente. E o melanoma tende a ser o mais maligno, especialmente em casos mais avançados. Mas depende muito do estágio em que a doença é diagnosticada. O basocelular precisa de muito tempo para se tornar agressivo, mas nós já atendemos casos agressivos dele aqui no hospital.

3. Existem sintomas?

São quase que assintomáticos. Normalmente, o paciente não sente grandes coisas. Depende da localização. Às vezes, o paciente nem percebe que tem. Se estiver fora do alcance dos olhos, o tumor pode crescer e ele não percebe. Depende de vários fatores.

4. Quais os fatores de risco?
Basicamente o sol. A campanha é muito voltada a isso: proteção solar. Talvez venha de 30 ou 40 anos para cá essa cultura de se proteger do sol, de uso do filtro solar, de exposição nas horas mais adequadas. Coisas que nem sempre são seguidas e devem ser lembradas. O principal fator a ser mencionado é esse, mas existem outros fatores também: histórico familiar é um deles, pessoas de pele e olhos mais claros são mais propensas. Claro que não é só o sol.

5. Como prevenir câncer de pele?
Proteção contra o sol. Muitas vezes, você vai à praia e não vê um guarda-sol. Só pessoas sentadas na cadeira, achando que o filtro solar basta. É preciso lembrar que o fator de proteção solar diz quanto tempo você pode ficar exposto no sol sem se queimar. Filtro solar precisa ser reaplicado. Mas existem lugares mais preparados, com barracas, pessoas usando bonés e roupas com filtro solar. São mais avançados do ponto de vista da prevenção.

6. Existe tratamento e cura?
Sim, os três principais tumores de pele que mencionei são curáveis. Quando diagnosticados num estágio inicial, melhores as chances. Mesmo melanoma. Claro que também depende do nível de invasão do tumor. O índice de cura vai diminuindo com o aumento da invasão. Daí a importância do diagnóstico precoce. As campanhas atentam para isso.

7. Qual a importância do “Dezembro Laranja”?

Primeiro, para conscientizar. Depois, incentivar o diagnóstico precoce. No último sábado, por exemplo, fizemos 53 atendimentos. Foram 12 diagnósticos de câncer de pele. Próximo de 30% dos casos atendidos. Esses pacientes já estão agendados, foram submetidos à biópsia e serão tratados. Recomendou-se também que assistissem aulas sobre prevenção. Isso é diagnóstico precoce e conscientização.

8. Que atendimentos são feitos no HSPM?
Na dermatologia, os pacientes são submetidos ao diagnóstico com biópsia. Posteriormente, alguns casos vão para cirurgia. Temos cirurgia convencional, cirurgia micrográfica, que tem uma taxa mais alta de cura, além de tratamento e acompanhamento. São todos feitos aqui dentro da dermatologia do HSPM.