Instituída em 2007, essa data tem o objetivo de endossar a discussão sobre a prevenção e o tratamento da doença prevenível que mais mata no mundo, a malária. Para sanar as dúvidas, conversamos com o Dr. Ricardo Cantarim, médico infectologista do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).

1. Quão preocupante é a situação da malária no Brasil?
A doença acomete pessoas principalmente em países que estão em desenvolvimento, onde a medicação não é tão disponível e as medidas de prevenção são deficientes. Dentre as doenças preveníveis, a malária seria o principal causador de óbito no mundo. No Brasil, no ano de 2018, 190 mil casos da doença foram notificados, sendo que 99% deles ocorreram primariamente na região norte.

2. Como ocorre a transmissão da malária?
O mosquito transmissor da malária é do gênero anopheles, encontrado frequentemente nas regiões tropicais, e sua reprodução é em águas paradas e limpas. A transmissão do protozoário causador da doença acontece através da picada do mosquito, de uma pessoa infectada para outra não infectada. No Brasil, as espécies de protozoários encontradas, causadoras de infecção no homem, são o Plasmodium vivax e o Plasmodium falciparum.

3. Como se proteger da doença?
Algumas medidas de prevenção são: evitar frequentar as áreas que têm grande concentração do mosquito pela manhã e ao anoitecer (períodos de maior atividade do mosquito); usar roupas claras ao realizar atividades com muita exposição; utilizar peças de roupas que ofereçam maior proteção como: blusas de colarinho alto e com mangas longas, calça comprida, tênis e bota. Por fim, o mais importante de tudo é a utilização de repelentes, principalmente à base de DEET. Outros repelentes que são vendidos, como à base de homeopatia, uso de vitaminas, ou repelentes à base de citronela, não possuem um estudo comprovado de que realmente funcionam. Os que são mais eficazes são a Icaridina e o DEET, que têm eficácia de 6 a 8h. Porém, para gestantes, não há uma regulamentação em relação ao DEET. Além disso, crianças menores de 2 anos também não tem autorização para utilizar, então, nesses casos se pode utilizar repelentes à base de Icaridina.

4. Quais as recomendações para as pessoas que viajaram ou viajarão para zonas de risco de malária?
É importante informar às pessoas que viajaram recentemente ou que moram em áreas endêmicas e apresentaram sintomas - febre, calafrios, cansaço, mal estar, pele amarelada - que isto pode ser malária. Em caso de viagem para alguns lugares específicos, como savanas africanas ou para Floresta Amazônica, é importante sempre procurar atualizar as vacinas e buscar orientações com antecedência.