Botulismo

Causada por bactéria que ataca o sistema nervoso periférico, paralisa a musculatura respiratória e representa elevada taxa de letalidade

Por Zenildes Mota 

 

O Botulismo é uma doença Neuroparalítica grave. Exige o diagnóstico e tratamento em regime de urgência, para evitar a morte ou sequelas graves no paciente. A bactéria pode ser adquirida por doenças intestinais, ferimentos ou por alimentos. É considerada uma doença transmissível e, por isso, merece atenção emergencial a fim de evitar surto na saúde pública.

A toxina botulínica é causada por uma bactéria (clostridium botulinum), que uma vez adquirida provoca a paralisia do bulbo respiratório. “O principal reservatório deste agente é o solo que pode, por meio dele ou de sujidades, chegar aos alimentos. Dessa forma, os produtos alimentícios propícios à contaminação são conservas de vegetais e enlatados que não estiverem adequados às condições de conservação”, alerta o Mestre em Engenharia de Alimentos da Vigilância Sanitária (COVISA) Wilson Pedro Tamega Júnior.

No caso de contaminação alimentar por mantimentos enlatados, em conservas, defumados entre outros, ao primeiro alerta deve procurar um hospital de imediato. Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra e podem dificultar o diagnóstico médico. Sinais como dor de cabeça, náuseas, dificuldades para respirar, sonolência, comprometimento do sistema digestivo, neuromuscular, paralisia das pernas e braços são marcas da doença. O diagnóstico precoce é um aliado no êxito do tratamento e redução da letalidade.

A COVISA alerta sobre a comercialização e consumo de alimentos com embalagens danificadas. “A presença do revestimento nos recipientes enlatados atua como fator limitante ao desenvolvimento do Cl. Botulinum. Porém, quando a lata é amassada essa proteção se rompe e os íons de ferro podem migrar para os alimentos, tornando o produto propício à germinação dos esporos. Tanto nos enlatados quanto nos potes de vidros a toxina, que degrada os alimentos, produz o gás CO2 que estufam as tampas das embalagens de vidros”, complementa Tamega Junior.

Os técnicos da COVISA também alertam para o botulismo infantil, que ocorrem em crianças menores de doze anos. “Como a flora intestinal das crianças ainda está imatura, o sistema digestivo permite a germinação e a produção da toxina botulínica. Por isso, não é recomendada a oferta de preparações que utilizam mel em sua composição para crianças menores de um ano”, disse a Especialista em Nutrição da COVISA Nina Santana de Morais.

Ainda de acordo com a COVISA, o botulismo é considerado uma patologia de rápida e extrema progressão. “No processo de averiguação do caso suspeito a Vigilância Sanitária (VISA) e a Vigilância Epidemiológica atuam em parceria para a tomada de medidas corretivas e de investigação. Além disso, a VISA desenvolve uma série de ações que visam proteger a saúde da população. Para isso é feita uma fiscalização rigorosa de inspeção técnica em indústrias e estabelecimentos que manipulam e comercializam produtos alimentícios”, acrescenta os técnicos da COVISA Pedro e Nina.

Neste caso, deve o consumidor evitar ingerir produtos caseiros ou industrializados sem rastreabilidade, com vidros embaçados, embalagens amassadas e tampas estufadas. Mais informações em:

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