2º Seminário da Dor Crônica debate Avanços no tratamento da doença

Além de capacitar profissionais da rede municipal de saúde da CCR Sul, evento técnico-científico propôs criação de grupos de estudo para agregar novos conhecimentos

Por Bruna Zanlorenzi

 


 Fabíola Minson explicou que o uso de medicamentos à base de opióides não vicia.

À medida que a população de um lugar vai envelhecendo, aumenta o número de pessoas que procuram os serviços de saúde para relatar algum tipo de dor crônica. Estudo revela que cerca de um terço da população apresentará algum tipo de dor crônica durante a vida.

A dor crônica - também conhecida como persistente - é aquela que pode durar meses ou anos. Dores na coluna, articulações, doenças reumáticas, lesões por esforços repetitivos (LER), câncer, degenerações ou inflamações nos órgãos internos e outros problemas podem gerar esse tipo de dor.

Existe até uma data para conscientizar a população sobre o tema: 17 de outubro é o Dia Mundial da Dor e foi idealizado pela Associação Internacional para o Estudo da Dor.

O assunto preocupa e, por isso, na última quinta-feira (19/9), a Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRSS) promoveu o “2° Seminário da Dor Crônica– Refletindo sobre o cuidado interdisciplinar”, no Centro Universitário Adventista de São Paulo Universidade – Unasp e reuniu cerca de 120 pessoas.

O encontro teve como objetivo a reflexão sobre a Dor Crônica em seus diversos aspectos, além do enfoque biomédico, assim como formar grupos de estudo sobre dor crônica e produção de novos conhecimentos adequados à especialização dos territórios atendidos.

“O seminário é importante, já que agrega um momento de integração e um momento de aprimoramento e reciclagem dos profissionais”, explica Heloísa Suzuki, que atua no setor de Gestão de Pessoas da CRSS, um dos responsáveis pela organização do encontro que foi referendado para o Programa de Crescimento nas Carreiras. Participaram ainda da organização, a Supervisão de Campo Limpo, o AE Pedreira, os parceiros Einstein e Unasp e a OS Santa Catarina.

Novos conhecimentos

Para oferecer mais qualidade de vida e um tratamento adequado aos pacientes que procuram ajuda, é necessário que os profissionais da saúde conheçam a fundo a doença e tenham acesso a estudos científicos, informações e novas tecnologias.

Foi por isso que a palestra da Doutora Suely Franca abordou o tema: “Psicologia e Dor: uma relação possível” e trouxe uma explicação dos problemas que o paciente com dor pode desenvolver. Ela ainda explicou que cada indivíduo interpreta sua dor do seu modo.

O tema da palestra da Doutora Fabíola Minson foi: “Dor: A interface com as diferentes especialidades”. Ela relatou o caminho da dor crônica e aguda e explicou que o uso de medicamentos à base de opióides não vicia quando usado adequadamente e possuindo uma relação médico e paciente séria.

“O sucesso do Seminário deve-se principalmente ao fato de ir ao encontro das necessidades sentidas pelos profissionais em suas atividades. Para atender a complexidade das necessidades de saúde de uma cidade como São Paulo é preciso trabalhar a várias mãos e temos conseguido isto com o envolvimento da Secretaria Municipal de Saúde, das Organizações Sociais e Parceiros, da Universidade e da Sociedade Brasileira para o estudo da Dor”.

Próxima edição

A primeira edição do seminário, realizado em 2012, teve a finalidade de sensibilizar os sujeitos da assistência à dor crônica e provocar reflexões e inquietações acerca do cuidado prestado ao pacientes.

Esta segunda edição trouxe as tecnologias atuais desenvolvidas para auxiliar os profissionais no enfrentamento deste sofrimento.

Segundo a Comissão Organizadora, o objetivo para a terceira edição, que deve acontecer apenas em 2014, é mostrar alguns resultados concretos a partir da aplicação de todo este arsenal no desenvolvimento de pesquisas e experiências exitosas.

Rosa Maria Bruno Marcucci, que atua na Assessoria Técnica de Saúde do Adulto e do Idoso da Coordenadoria Regional Sul, explica: “O seminário é de extrema importância, pois possuímos muitos pacientes com dor crônica. Para a próxima edição vamos preparar uma junção do conhecimento específico com o que já está sendo realizado nas unidades”.


Em sua apresentação Suely Franca abordou a relação dor e psicologia.