3º encontro do Fórum de Saúde Mental de Capela reúne 35 pessoas

Evento foi aberto ao público e discutiu melhorias para a área como a construção de uma rede de saberes articulada

Por Bruna Zanlorenzi

  

 

No Dia Mundial da Saúde Mental (celebrado em 10 de outubro), a Supervisão da Capela do Socorro na região Sul promoveu o terceiro encontro do seu Fórum de Saúde Mental.

Realizado na Escola Técnica do SUS (ETSUS), no evento foram discutidos dois temas: Terapia Comunitária e Laboratório de Inclusão (CAPS Infantil e Educação). O objetivo foi ressaltar os objetivos da rede e promover a construção de uma rede articulada, que inter-relacione saberes, experiências e vivências.

O encontro foi aberto e contou com a presença de 35 pessoas de vários seguimentos: Saúde, Assistência Social, Educação, ONG’s, a Comunidade e os usuários em geral.

Terapia Comunitária Integrativa (TCI)

Paulo Albuquerque, Interlocutor da Estratégia Saúde da Família da Supervisão de Capela do Socorro, juntamente com Bernadete Arantes, Terapeuta e Educadora do CECCO da Avenida Atlântica, abordaram o tema “Terapia Comunitária Integrativa”.

Método originalmente brasileiro, a terapia comunitária é uma prática integrativa que engloba várias áreas do conhecimento. Seu objetivo é promover melhorias nas relações interpessoais. Um dos métodos desta terapia é criar atividades em grupos onde as pessoas se reúnam para compartilhar e trocar experiências para encontrar uma solução conjunta para um mesmo problema.

“Fazer a dinâmica ajuda os mais tímidos a se soltar. Além disso, ajuda o outro a renascer, acreditar em si e descobrir o melhor de cada um”, explicou Bernadete.

As etapas desta terapia são: o Acolhimento (que resgata a identidade e faz sentir-se membro do grupo), a Escolha do Tema (o assunto da roda), a Contextualização do Tema, Problematizar (reflexão sobre o sofrimento e suas causas- perceber o homem e seu sofrimento) e Encerramento (onde se discute o que cada um aprendeu e o que irá levar para a vida).

Laboratório de Inclusão

Outro tema debatido no Fórum foi a experiência com o Laboratório de Inclusão.

Para explicar melhor o projeto, Paulo Cezar da Silva, gerente do CAPS Infantil de Capela, trouxe sua equipe para falar sobre a importância da Saúde se relacionar com a Educação. Um dos pontos citados foi o trabalho complexo dos educadores e a dificuldade da relação entre educadores e alunos.

“Na escola podem aparecer impasses como, por exemplo, o educador não estar preparado para acolher a diversidade e diferentes demandas de cada um, sentimentos de incapacidade e frustração quando o aluno ‘fracassa’, a vontade de não querer estar ali, a cobrança de cumprir o cronograma, a não compreensão da dinâmica e manifestações dos inúmeros sintomas referentes aos transtornos mentais, os comportamentos agressivos, etc”, explica Fábio Saad, membro da equipe do CAPS Infantil da Capela do Socorro.

Por isso, o Laboratório de Inclusão surge como alternativa: ele cria a possibilidade de troca de saídas criativas não só para as crianças, mas também para os profissionais e uma posição ativa no processo de inclusão.

Trata-se de um espaço aberto para as escolas da região, na perspectiva de proporcionar diretamente aos educadores um espaço de fala e capacitação sobre as questões pertinentes a seus alunos e os transtornos mentais, e indiretamente aos alunos (usuários do CAPS) ganhos tanto na relação com o outro quanto na dinâmica escolar.

“O profissional precisa olhar as potências das crianças e não sua deficiência” deixa a reflexão Fábio Saad, membro da equipe do CAPS Infantil da Capela do Socorro.

Os encontros são semanais. Ocorrem nas quintas-feiras com uma capacidade para 10 pessoas, das 10h às 12h, no CAPS Infantil.