CRS Sudeste debate acolhimento de usuário da saúde

no IV Fórum Fortalecimento das Redes para Cultura de Paz

Por Rosângela Rosendo

 


Debate IV Fórum - promovido pela CRS Sudeste


A maior integração dos profissionais da rede municipal de saúde e a importância do acolhimento e da notificação de casos de violência deram o tom às discussões do IV Fórum Fortalecimento das Redes para Construção de uma Cultura de Paz e Enfrentamento das Violências realizado na última sexta-feira, dia 22 de novembro, no Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio. A atividade reuniu público de 70 participantes e foi organizada pela Supervisão Técnica de Saúde Mooca/Aricanduva, SUVIS e da Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste.

Entre as convidadas, a médica Ana Flávia d’Oliveira, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ressaltou o tema “Violência e gênero como problema de saúde pública e direitos humanos”, durante o qual resgatou historicamente os direitos humanos das mulheres, a partir da Convenção para e Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, em 1979, bem como reforçou o conceito de violência de gênero instituído em 1993 pelas Nações Unidas, como qualquer ato de violência baseada em gênero que resulte ou possa resultar em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico da mulher, incluindo a ameaça de tais atos, a coerção ou a privação arbitrária da liberdade, tanto na vida pública como na vida privada.

Segundo a docente, a violência deve ser encarada como um problema de saúde pública de alta prevalência, com importantes consequências para a saúde. Entre as estratégias para enfrentar o problema, Ana Flávia destaca a lei federal e municipal nº 10.778/2003, que estabelece a notificação compulsória no país de casos de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde; a necessidade da atenção integral, com abordagem interdisciplinar, desempenho multiprofissional e assistência intersetorial. “Há a necessidade de uma rede de serviços, com articulação entre as ações de cada um e interação de seus agentes, na produção dialogada de projeto assistencial comum”, explica.

A programação também contou com a psicóloga Ana Paula Navarro, especialista em Trabalho com Jogos Cooperativos e responsável por Treinamentos em Convênio com a Prefeitura Municipal de São Paulo, inclusive Documento Norteador, que tratou do desenvolvimento de parâmetros que colaboram com a construção de ambientes de paz em meio aos dias atuais e aos vários tipos de violência existentes. Segundo a psicóloga, é fundamental a capacitação dos profissionais de saúde para a identificação dos casos, mas principalmente a sensibilidade de fazer o acolhimento adequado das pessoas em situação de violência que buscam apoio.

O encontro teve ainda a apresentação cultural do Coral de Agentes de Saúde do Jardim Iva e do cantor Flavio Santos de Souza, AGPP da UBS Mooca I e, ao final, para enfatizar a importância do trabalho em rede e as relações setoriais e intersetorias, o coordenador do Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) Infantil, Jorge Maalouf apresentou um caso que envolveu várias Unidades de Saúde, o Conselho Tutelar, a Vara da Infância e da Juventude do Tatuapé, CRAS (SMADS), CREAS (SMADS) e CEFAI (Educação).