Endometriose afeta até 30% de mulheres em idade fértil

Cólicas menstruais intensas são sintomas característicos da doença

Por Zenildes Mota


A camada que reveste a parte interna do útero é chamada de endométrio. É uma mucosa que passa pelo processo de renovação a cada mês durante o período da menstruação. Uma das teorias elaboradas para explicar a endometriose é a menstruação retrógrada, onde o fluxo menstrual não é totalmente dirigido para o meio exterior, indo, através das trompas, se alojar na pelve e nos órgãos adjacentes.

As causas da doença ainda não são definidas e acometem de 10 a 30% das mulheres em idade fértil. “Um dos primeiros sintomas da endometriose é a cólica menstrual que, de certa forma, obriga a mulher a procurar atendimento ginecológico, o que ajudar no processo de investigação e diagnóstico da doença e do incômodo causado pela dor”, informou o Dr. Carlos Eduardo Vega da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

A endometriose pélvica é uma das principais causas de infertilidade, determinando processos inflamatórios e aderências que dificultam a fecundação. “Porém, se ocorrer a gestação, os hormônios produzidos pela placenta praticamente ‘curam’ a endometriose, eliminando os focos da doença” disse o médico.

Segundo Vega, os exames laboratoriais como Ultrassonografia e Ressonância Magnética são capazes de identificar com certa precisão a presença da doença. “O diagnóstico de certeza é baseado na biópsia do local comprometido. Como isso envolve a realização de uma laparoscopia ou uma cirurgia convencional, o início do tratamento pode ser feito durante esses procedimentos. Com o início do tratamento, as cólicas menstruais tendem a melhorar na maioria dos casos”, complementa.

A endometriose pode evoluir da forma mais leve a mais profunda e comprometer outros órgãos que são mais sensíveis do que a mucosa do útero. Por isso, o diagnóstico precoce pode evitar o comprometimento dos outros órgãos como bexiga e intestino. “Para evitar as complicações da doença, a única recomendação é fazer consultas periódicas ao ginecologista e iniciar o tratamento o mais breve possível”, concluiu Vega.