Sepse é principal causa de morte por falência múltipla dos órgãos das Unidades de Terapias Intensivas

Por Zenildes Mota

O organismo utiliza de seu mecanismo de defesa para combater contágios que podem aparecer em diversas partes do corpo ou em um órgão específico. Quando as bactérias ou vírus de uma infecção contaminam a corrente sanguínea, pode evoluir para um quadro de septicemia (sepse). Isso ocorre quando as bactérias se multiplicam e infectam o sangue, o que pode ocasionar a infecção generalizada e levar a pessoa à morte.

A sepse, conhecida como infecção generalizada, é a principal causa de morte por falências múltiplas dos órgãos, em Unidades de Terapias Intensivas (UTI) no país. A doença também é a maior geradora de gastos públicos na área da saúde. Isso porque o tratamento envolve uma equipe especializada e a utilização de aparelhos sofisticados para estabilização e preservação da vida.

A taxa de morte por sepse no país é muito alta. Chega a superar os óbitos relacionados por infarto do miocárdio e câncer. O quadro de septicemia pode ser desenvolvido em apenas um órgão ou em parte localizada do corpo. O tratamento da enfermidade precisa ser rápido - é a forma de evitar que as bactérias se multipliquem e invadam a corrente sanguínea. Se o organismo não reagir, a doença poderá evoluir para a infecção generalizada e provocar a falência múltipla dos órgãos e levar o paciente óbito.

Quando as bactérias infectam uma determinada área do corpo ou órgão, todo mecanismo de defesa do organismo se manifesta e provoca infeção como tentativa de combate ao agente agressor. Se as bactérias se propagarem rapidamente e invadirem a corrente sanguínea, poderão complicar o quadro infeccioso e comprometer o funcionamento de outros órgãos.

A sepse pode se desenvolver a partir de uma infecção urinária, pulmonar, intestinal, gastrointestinal, pele, coração, cerebral (como meningite) e outros. O quadro infeccioso pode ser aumentado em órgãos e em partes do corpo que têm predisposição a acumular bactérias.

Pessoas que passaram por cirurgias, e precisam da utilização de aparelhos, devem seguir a risco as normas de higiene e cuidados com a manutenção de uso dos objetos. Tanto esses pacientes quanto indivíduos que possuem o sistema imunológico comprometido, decorrente de outra doença, têm maior probabilidade para desenvolver o quadro infeccioso da sepse.

Geralmente, o quadro leve da sepse pode ser controlado pela defesa do próprio organismo e com ajuda de antibiótico. Para isso, é necessário que o paciente procure atendimento médico ainda no estágio inicial da doença. Em casos já em evolução, o controle se torna mais complicado. Se a pessoa não reagir ao tratamento de Terapia Intensiva para controlar a infecção, pode ocorrer a paralisação dos órgãos e consequentemente a morte, por choque séptico, ou por falência múltipla dos órgãos.

Os sintomas da sepse normalmente aprecem quando existe alguma parte do corpo infecionado. Os sinais normalmente são febre elevada, tremores, náuseas, diarreias e calafrios. Também existem casos que pode não apresentar febre, principalmente em idosos. No entanto, a pessoa fica abatida, desorientada e mentalmente confusa.

Em qualquer um desses casos, é importante buscar orientação médica de imediato. O diagnóstico é baseado por exames sanguíneos. Um hemograma que analisa as alterações das plaquetas, leucócitos e hemácias do sangue. Por meio deste, o médico poderá detectar as alterações desse mecanismo do organismo e o foco da infecção.