SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA E RACISMO SÃO TEMAS DE DISCUSSÃO NA STS BUTANTÃ

Em lembrança ao dia 13 de maio, datada abolição da escravidão no Brasil, a área Técnica de Saúde da População Negra da CRS Centro-Oeste promoveu discussão em torno do tema

Nos meses de abril e maio, a Área Técnica de Saúde da População Negra da CRS Centro-Oeste promoveu encontros de discussão, cada um deles em uma das três Supervisões Técnicas de Saúde (STS) da Região, para colocar em pauta temas relacionados à saúde da população negra, ao racismo e a importância da auto declaração do quesito raça/cor nas unidades básicas de saúde.

O último dos três encontros ocorreu no dia 13 de maio. Contou com a presença de representantes das unidades da STS Butantã e com a Coordenadora da Área Técnica de Saúde da População Negra do Município de São Paulo, Valdete Pereira. A escolha da data teve a intenção de coincidir com a data da assinatura do documento de abolição da escravidão no Brasil, em 1888. “A gente sempre olha para maio como uma oportunidade para falar sobre racismo, violência contra o jovem negro e sobre a importância de se coletar a informação de raça/cor nas unidades de saúde para a gente trabalhar as políticas de saúde voltadas para a população negra”, afirmou Sheila Busato Sproesser, interlocutora da área de saúde da população negra da CRS Centro-Oeste.

Durante o encontro, Valdete e Sheila trouxeram aos participantes os números da população negra na cidade de São Paulo. Falaram sobre temas atuais, como o racismo nos campos de futebol, sobre os determinantes das doenças prevalentes na população negra e explicaram sobre a importância da coleta e do registro das informações sobre raça cor na elaboração de políticas públicas que atendam as necessidades da população paulistana.

Segundo dados do censo do IBGE colhidos em 2010, cerca de 40% da população da cidade de São Paulo se autodeclara negra ou parda. Na região centro-oeste da cidade, esta relação entre brancos e negros é um pouco menor, cerca de 30 % da população se autodeclara negra ou parda. Porém, diante de números tão expressivos como estes, é necessária a constante discussão e implantação de políticas que atendam às necessidades desta população. A valorização e o reconhecimento das origens da população brasileira também é assunto de saúde pública.