Caminhada contra violência ocupa ruas do Butantã

UBSs da região Raposo Tavares se unem a Organização Social para a 6ª caminhada contra violência e em defesa e proteção da criança e do adolescente

Por Cristiane Guterres

Vestidos de camisetas brancas e empunhando uma flor amarela, centenas de pessoas foram dia 15/05 às ruas da região do Butantã pedir pelo fim da violência contra crianças e mulheres na 6ª Caminhada Contra a Violência em Memória ao Dia Mundial de Combate ao Abuso Sexual Infantil.

Com o apoio da Área Técnica de Cultura de Paz da Coordenadoria Regional de Saúde Centro Oeste (CRSCO), da Supervisão Técnica de Saúde Butantã (STS-Butantã) e das UBSs Paulo VI, São Jorge e Vila Borges, a mobilização foi organizada pelo Polo de Violência da Liga Solidária, uma organização social sem fins lucrativos que desenvolve programas socioeducativos e de cidadania na região e que há seis anos repete o evento.

“A parceria com a liga solidária é construída dia-a-dia já há alguns anos. A liga oferece alguns serviços que compõem com o que é oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde. Nós atendemos conjuntamente alguns casos”, afirmou Patrícia Moldan, terapeuta Ocupacional e interlocutora de Cultura de Paz da STS-Butantã.

As Unidades de saúde contribuem, entre outras atividades, na confecção de rosas amarelas, símbolo da caminhada, de camisetas, e na articulação da rede de prevenção à violência na região do Butantã. Durante o ato, os manifestantes percorreram os bairros Jd. Educandário, Jd. São Jorge, Jd. Arpoador, Jd. João XXIII, Morada do Sol, Jd. Paulo VI e Jd. Uirapuru. Todos empunhando cartazes com frases contra a violência e distribuindo as flores amarelas. Para Marli Oliveira, Coordenadora de Projetos do Programa Religar, da Liga Solidária, “o importante é a perspectiva de mobilização contra a violência. Não é uma comemoração, é um marco. É um dia de luta para chamar a atenção contra a violência. A nossa intenção é salvar a mulher ou a criança que está nas garras do abusador”.

Estatística

O dia 18 de maio foi instituído pela legislação federal como o dia Nacional de Combate ao abuso e Exploração Sexual da Criança e do adolescente, em razão do crime que comoveu o país no ano de 1973. Uma criança chamada Araceli, de apenas oito anos, foi estuprada e violentamente assassinada em vitória no Espírito Santo. Segundo dados do Ministério da Saúde, o abuso sexual é um dos crimes de maior incidência contra crianças na faixa etária entre 10 e 14 anos, fica atrás apenas das denuncias de abandono e negligência.

Os crimes de violência sexual contra crianças e adolescente são mais difíceis de ser detectados, elucidados e combatidos, pois o abusador é, na maioria das vezes, uma pessoa do convívio familiar da vítima. A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPA) divulgou uma pesquisa em que afirma serem os pais biológicos os principais abusadores. “Nossa intenção é sensibilizar, mobilizar pessoas para andar com agente nessa causa que para a liga é muito importante. Agente vai conseguir manejar melhor esse problema se todos estiverem preparados para falar desse tema” comentou Carola M. B. Matarazzo, Presidente da Liga Solidária.