Brincar, pular e se lambuzar. Criança é criança no CAPS II-Infantil

Projeto acolhe, com alegria, crianças e adolescentes portadores de distúrbios mentais

'Tratamos a criança como criança', explica o psicólogo Rener Busso de Martini, gerente da unidade

Por Gleison Rocha de Souza

A Coordenadoria Regional de Saúde Norte (CRSN), por meio do Centro de Atenção Psicossocial – (CAPS II Infantil), está desenvolvendo o Projeto Criançar, planejado para acolher principalmente crianças e adolescentes com idade até 18 anos, portadores de distúrbios mentais. Nele são atendidas pessoas com problemas psico-mentais como autismo, psicose e neurose grave, e também aquelas com dificuldade de manter e estabelecer contato direto familiar e social.

No Projeto Criançar a criança tem a possibilidade de ser criança, de brincar e de se lambuzar quando quiser. “Tratamos a criança como criança”, explica o psicólogo Rener Busso de Martini, gerente da unidade. “É um outro jeito de ver o mundo”, completa. A unidade infantil tem como característica a alegria e a diversão. Isso se nota nas paredes, com marcas de tinta retratando as palmas das mãos dos pequenos, os super-heróis (desenhados e pintados em papel que estão colados pelos muros), além dos brinquedos, é claro, que são encontrados por toda a casa.

Para crianças e adolescentes portadores de problemas mentais, o simples fato de brincar nem sempre é fácil. São poucas as pessoas que têm a sensibilidade de realizar um contato singular e direto. É justamente neste particular que o Projeto Criançar se diferencia, com uma proposta diferente de acolher com diversão e distração. “O CAPS busca sempre o progresso do indivíduo no todo”, explica o psiquiatra Edmundo Clairefont Dias Maia, assessor da CRSN. “Nosso objetivo é fazer a inclusão, desenvolver a autonomia e promover a cidadania para inserir na sociedade os portadores de transtornos mentais”, explica.

Alma da comunidade

O projeto Brincar é a alma de toda a Unidade. Brincar é a principal ferramenta de tratamento das crianças e adolescentes com problemas psico-mentais ou de relacionamento. Por meio das brincadeiras, elas se adaptam melhor ao projeto de acolhimento, ao cotidiano e à equipe interdisciplinar. O tratamento é sempre feito e voltado ao problema individual de cada paciente acolhido. Isso ocorre mesmo que muitos trabalhos e projetos sejam realizados em conjunto, para que a socialização e a inclusão social sejam completas.

Outro modo de aproximação entre as partes – pacientes, usuários, famílias, comunidade e profissionais do CAPS – foi a eliminação do jaleco branco, da mesa e do consultório. Esses objetos interpõem distância entre todos, em vez de aproximar, e o afastamento não favorece o tratamento.

Os profissionais do CAPS II participam intensamente das oficinas, projetos e trabalhos. Esta rotina faz parte do dia a dia da casa, o que leva à integração e socialização de funcionários e usuários; o sorriso, a educação e o acolhimento são os pontos cruciais para essa aproximação. “É um modo diferente de atender as crianças e adolescentes e a toda sociedade”, diz Renner Buso. “Deu certo e vamos continuar assim”, garante.

Com o objetivo de aproximar ainda mais a comunidade, o CAPS II infantil vai comemorar o Dia da Criança com uma grande festa. Será no dia 3 de outubro. Para participar, o interessado deve entrar em contato com a unidade para obter as informações sobre programação, local e horário exato do evento.

Serviço

Centro de Atenção Psicossocial – (Caps II) Infantil
Horário de atendimento: das 7h às 19h
Rua: Sete de Dezembro, 72
Bairro: Vila Bela Vista/Vila Nova Cachoeirinha
Fone: (11) 2233-2839