Medicina oriental promove saúde e paz de espírito

Unidades da região Oeste oferecem grupo de Chi Kung

A prática é desenvolvida com os pacientes de duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região oeste: a UBS Jardim D’Abril e UBS Vila Dalva

Por Cristiane Guterres e Daniele Rodrigues

Imagine que você está entrando numa floresta e avista, atrás das árvores, uma cachoeira de água cristalina e no, centro da cachoeira, uma pedra onde você pode se sentar. Vá se aproximando e molhe seus pés. Sente-se na pedra e sinta a água escorrendo pelo seu corpo. Ela está levando para longe de você todo ressentimento, toda mágoa, toda tristeza que possa estar sentindo. Está limpando sua alma e seu coração.

Com este texto, dito em voz macia e ao som de uma música suave, começa a seção de relaxamento comandada pela fisioterapeuta Maria Lucia Velloza Ferreira. Semanalmente, ela narra esta viagem ao relaxamento e exercita o Chi Kung, dinâmica corporal que segue os princípios da medicina tradicional chinesa. A prática é desenvolvida com os pacientes de duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região oeste: a UBS Jardim D’Abril e UBS Vila Dalva.

Automassagem, alongamento, meditação e relaxamento são algumas das atividades executadas no grupo de Chi Kung. Na UBS Jd. D´abril, o grupo existe há três anos. Com a elevação do número de participantes, a atividade teve de ser levada para um salão na Paróquia São Jose Operário, próxima a UBS. Maria Lucia se iniciou em práticas orientais de medicina e saúde há 12 anos. Já participou de inúmeros cursos. Muitos, promovidos pela Área de Medicinas Tradicionais, homeopatias e práticas Integrativas da Saúde da CRS Oeste. O conhecimento que adquiriu é transmitido aos pacientes com o propósito de promover o equilíbrio físico, mental e emocional.

‘Se venho para cá e fico zen’

Dona Lindinalva, que faz parte do grupo da UBS Jd. D´abril há três anos, percebe melhoria em sua saúde. Diz que, com a prática, reduziu o consumo de remédios. “Se eu venho pra cá com algum problema, relaxo e esqueço, fico zen. Terça eu deito e durmo sossegada. É muito bom. Depois que eu comecei a vir, diminuíram os calmantes que eu tomo”, afirma.

A turma é composta em sua maioria por mulheres com mais de 40 anos. Normalmente, os participantes são pacientes da UBS. Mas há quem venha por indicação de amigas. É o caso de Dona Áurea, aposentada que participa da atividade há dois meses. Ela conta que utilizou o que sabia em um momento difícil. “Usei o método da Lúcia porque tive uma notícia ruim, a morte da minha tia. E vi que precisava fazer o que eu aprendi para não passar mal. Deu certo. Conduzi tudo muito bem. Acho que se eu não tivesse participando do grupo, tinha entrado em pânico”, conta.

Os benefícios da atividade também são vistos por Nelly Beatriz Modos Santos, médica ginecologista da UBS Jd D´abril, que acompanha o grupo há dois anos. Segundo ela, depois de alguns meses praticando Chi Kung, os pacientes têm mais flexibilidade corporal, agilidade e equilíbrio.

Nelly tem participação fundamental na roda de conversa que ocorre ao fim dos exercícios. Durante a roda, o grupo compartilha histórias e experiências, lê um texto ou um poema e eventualmente recebe a visita de nutricionistas e psicólogos da UBS para orientar pacientes sobre os cuidados com a própria saúde.