Programa Municipal de DST/Aids distribui 7 mil camisinhas por dia com display instalado na rua

Novos displays podem ser instalados em terminais da Cidade

Em agosto, quando foi instalado, o Jumbo, que tem capacidade para 14 mil camisinhas, dispensava uma média de 3.400 por dia. Hoje, dispensa 7 mil

Foto Edson Hatakeyama

Imagine um lugar neutro, onde qualquer um, a qualquer hora, pode pegar quantas camisinhas quiser, sem precisar pedir. É um sonho de muita gente que trabalha com prevenção que o pessoal do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo está tornando realidade. Em agosto, foi instalada, na porta do prédio junto à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), um enorme display, cheio de preservativos, que apelidaram de Jumbo. Deu tão certo que planejam levar o projeto para quatro terminais centrais de ônibus.

“O Jumbo é, na verdade, um teste para um projeto mais amplo”, conta Augusto Mathias, consultor técnico da Prevenção do Programa. “Como deu certo, agora estamos estudando a instalação de novos displays nos terminais Praça da Bandeira, Princesa Isabel, Amaral Gurgel e D. Pedro.”

A ideia, segundo Augusto, é deixar os preservativos à mão, especialmente em áreas de maior circulação das chamadas populações-chave, como homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo, travestis. “As profissionais do sexo são as que mais pegam camisinhas. Elas enchem a bolsa mesmo”, disse.

Em agosto, quando foi instalado, o Jumbo, que tem capacidade para 14 mil camisinhas, dispensava uma média de 3.400 por dia, segundo Augusto. Hoje, dispensa 7 mil. Ele é colocado na porta da SMS (Rua General Jardim, 36, centro de São Paulo), às 8 horas e recolhido por volta das 18h, de segunda a sexta-feira.


O Jumbo não fica disponível nos fins de semana porque não tem quem possa protegê-lo em caso de chuva ou sol muito fortes – o que, hoje, é feito pelos seguranças da portaria. Para os terminais de ônibus, o Programa estuda uma logística que permita que ele permaneça à disposição 24 horas por dia, em condições climáticas adequadas.


Augusto conta que nenhum funcionário fica ali do lado do display, controlando quem pega, como pega, quanto pega. “O objetivo é facilitar o acesso mesmo, sem preocupação com controle.” Mas nunca foi registrado, por exemplo, caso de mau aproveitamento do insumo. “Pelo contrário, a população vê o display com simpatia e cuida dele.”

 

*Da redação da Agência de Notícias da Aids