Região Sul realiza Seminário de Saúde Mental sobre Infância e Adolescência em Situação de Vulnerabilidade Social

Foram abordados os desafios do atendimento a crianças e adolescentes

Para a professora Maria Cristina Vicentin é preciso olhar onde estão as vulnerabilidades e investir em uma proposição positiva

 

Texto e fotos por Bruna Zanlorenzi e Tatiana Ferreira

A interlocução de Saúde Mental da Coordenadoria Regional de Saúde Sul promoveu dois seminários nos dias 14 e 16 de outubro. Neles, foram discutidos os desafios em relação à infância e adolescência em Situação de Vulnerabilidade Social. Os eventos ocorreram no auditório da Unasp.

O primeiro seminário aconteceu no dia 14 de outubro. Sua abertura contou com uma mesa de debates sobre o tema “Interfaces entre Saúde Mental, Justiça e Assistência Social: Apresentação de pesquisas sobre trajetórias de crianças e adolescentes”.

Júlia H. Jóia, psicóloga e mestre em Psicologia Social pela PUC-SP, apresentou o resultado da sua pesquisa de mestrado “Internações psiquiátricas de crianças e adolescentes e suas interfaces com o sistema de Justiça”.

Na sequência, Adriano de Oliveira, psicólogo e mestrando em Psicologia Social pela PUC-SP, falou sobre sua pesquisa “Assistência Social e saúde mental: desafios do cuidado de crianças e adolescentes em situação de rua, usuários de substância psicoativa (SPA)”.

Ainda na parte da manhã, Maria Cristina G. Vicentin, professora da PUC-SP, fez mini conferência com a temática “Criançar o descriançável: algumas pistas para pensar-agir face às vulnerabilizações da criança e adolescente”.

Segundo a pesquisadora, é preciso olhar sempre onde estão as vulnerabilidades e investir em uma proposição positiva, ampliando, por exemplo, a realização de fóruns intersetoriais, capacitando permanentemente os funcionários e dando visibilidade para as práticas voltadas aos adolescentes.

No período da tarde, os presentes foram divididos em subgrupos para discutir os temas em rodas de conversa. Uma plenária reunindo os grupos encerrou o encontro.

Atendimento à infância e adolescência

No dia 16 de outubro Lélio Ferraz Neto, promotor de Justiça do Ministério Público, falou sobre as interfaces Psicojurídicas no atendimento à infância e adolescência.

Cecília Motta, psicóloga e coordenadora do CAPS Infantil “Quixote”, relatou experiências do projeto. Já Graziela Bedoian, psicóloga clínica, fundadora e coordenadora da área de formação e pesquisa do projeto Quixote, complementou as experiências falando sobre o impacto de situações de vulnerabilidade psicossocial no processo de construção de vínculos.

Para encerrar o segundo dia de trabalho, cada representante dos CAPS Infantis da região Sul apontaram situações de vulnerabilidade do território e os trabalhos que realizam em suas respectivas unidades.

Para Maria Irene Gerassi, interlocutora de Saúde Mental da Coordenadoria Regional de Saúde Sul, esses momentos de trocas de experiências proporcionadas pelos seminários, são importantes para refletir sobre como a região Sul está olhando para estas crianças com vulnerabilidade social. “Estes seminários se configuram como um espaço de muito acréscimo para todos nós. Estamos fazendo aqui um momento de construção positiva e costurando a rede de saúde mental da região sul”, afirmou.