Unidade de Saúde vai à escola

Projeto pioneiro da UBS Vila Maria aperfeiçoa relacionamento entre UBS e escolas para atualizar programa de vacinação

Equipe da UBS Vila Maria realizando leitura das cadernetas de vacinação.  A ação aprimorou o relacionamento entre a UBS e as escolas da região

Por Lígia Aparecida de Souza

No início de 2013, levantamento da Coordenadoria Regional de Saúde Norte (CRS Norte), fez disparar o alarme dos técnicos em relação à vacinação infantil na região. A pesquisa mostrou baixos índices de vacinação entre crianças e adolescentes. Para atacar o problema, a equipe da UBS Vila Maria – Dr. Luiz Paulo Gnecco - desenvolveu o projeto “UBS vai à escola”. A ação aprimorou o relacionamento entre a UBS e as escolas da região, com uma campanha intensiva para atualizar o programa de vacinação.

Dados da pesquisa feita pela CRS Norte mostraram que, na faixa etária que contempla crianças de até um ano de idade, apenas 79% haviam sido vacinadas; na faixa que vai de 1 a 5 anos, o índice diminuía ainda mais, chegando a 59%. A pior porcentagem estava na faixa dos 5 aos 15 anos, já na adolescência, com magros 27,5% de crianças com vacinação em dia.

Até hoje, a questão da vacinação causa medos e faz com que a ideia demore a ser aceita. Isto não é novidade. Desde o início de sua existência, a vacinação sempre foi uma atividade rodeada de mitos e dúvidas, o que faz, muitas vezes, aumentar a insegurança das mães e, em consequência, aumentar o número de crianças não vacinadas.

Frente a esta situação, a filosofia do projeto “UBS vai à escola” partiu de uma premissa simples. “Sabemos que as crianças precisam ser imunizadas e sabemos também que a maneira mais eficiente de garantir essa imunização é ir onde as crianças estão”, explica Débora de Freitas Grisolia, gerente e idealizadora do projeto.

Primeira fase

As primeiras escolas a receber a equipe da UBS foram a EMEI Carlos Gomes e a CEI Jardim Japão. Na primeira fase da campanha, os técnicos atualizaram os conhecimentos dos funcionários, por meio de palestras, e intensificaram o contato com os pais e responsáveis, principalmente solicitando a carteirinha de vacinação e autorização para atualização das vacinas.

Perto do final do ano o cenário já estava diferente. No CEI Jardim Japão, já haviam sido cadastradas 154 crianças de 1 a 4 anos, 111 cadernetas estavam revisadas e 29 imunizações para atualização já estavam garantidas. Na EMEI Carlos Gomes, 189 crianças de 1 a 5 anos estavam cadastradas, 153 cadernetas de vacinação estavam revisadas e 11 imunizações já haviam sido realizadas. No total, 40 crianças foram vacinadas com a Tríplice Viral, DTP e Pólio.

Acabado o ano, os técnicos da UBS podem hoje mostrar dados diferentes do ano anterior. Na faixa que contempla crianças de até um ano de idade, 98,7% estavam com a vacinação em dia. Na faixa de 1 a 5 anos, 85%. E na faixa seguinte, de 5 a 15 anos, 74%. “A satisfação de ver a equipe alcançar resultados tão bons e melhorar os índices da região são enormes”, diz Débora. “Uma equipe de saúde motivada junto a uma escola parceira resultam na melhora das condições de vida de toda uma população”, afirma a gerente.

Equipe de Enfermagem da UBS Vila Maria. No total, 40 crianças foram vacinadas com a Tríplice Viral, DTP e Pólio

Futuro

Com a garantia do sucesso do projeto, os técnicos continuarão as campanhas. Este é um trabalho dinâmico e contínuo, depende fundamentalmente de ações integradas entre os setores da Saúde e da Educação. O empenho de todos vai garantir crianças sadias, livres de doenças que só serão erradicadas com a imunização correta por meio das vacinas.

Atingir este ideal é um caminho longo, mas o começo já está sendo trilhado também com o empenho dos pais ou responsáveis, os primeiros a elogiar o projeto. “A realização pessoal é a maior conquista de um profissional, mas o reconhecimento dos demais é o que faz esse acontecimento ser tão especial”, diz, emocionado, Fabrício de Almeida, enfermeiro responsável pela implantação do projeto.