A quarentena ainda não tem data para acabar, mas pouco a pouco estamos retomando as atividades, entre elas as práticas esportivas e os exerícios físicos. Mas seja nas ruas, nos parques ou nas academias, os protocolos estabelecidos precisam ser seguidos.

A maioria dos sintomas da Covid-19 já é conhecida: febre, tosse, dores de cabeça e pelo corpo, perda de olfato e paladar e falta de ar. Contudo, o fato é que o vírus atinge vários órgãos de diferentes maneiras e cada indivíduo também reage de uma maneira diferente a essa ação.

“Sabemos que tanto os pulmões como o coração podem ser acometidos”, explica o cardiologista intensivista Elcio Tarkieltaub. “O coração pode sofrer uma miocardite, ação infecciosa direta e conforme a intensidade desta infecção, poderão ocorrer sequelas, tal como a disfunção do músculo cardíaco.”

O médico alerta que nesse sentido, antes da retomada das atividades físicas e das práticas esportivas, o ideal seria uma avaliação clínica prévia, se possível com um cardiologista. Afinal, cada corpo reage de uma maneira e cada pessoa tinha uma rotina que foi interrompida pela quarentena.

Por exemplo, quem fazia musculação deve passar por uma consulta médica, fazer exames clínicos e conforme o grau da atividade ou até mesmo da lesão imposta pelo coronavírus, no caso de pacientes positivos, deverá fazer também um teste ergométrico e um ecocardiograma.

LEIA TAMBÉM:

Saiba como cuidar dos animais de estimação durante a pandemia

São Paulo estrutura seu plano de vacinação contra a Covid-19

Mães com Covid-19 podem amamentar sem risco para o bebê

Como contribuir para a saúde mental de crianças e adolescentes durante a pandemia

Conversar com o orientador físico e relatar como foi o processo de quarentena e se teve ou não sintomas da doença é obrigatório.

A recomendação do cardiologista para os pacientes de Covid-19 é que só recomecem caminhadas ou corridas após seis semanas do término dos sintomas. E só deve fazer atividade física quem estiver assintomático. “Deve se iniciar em um ritmo de 3 a 4 vezes por semana, por no máximo 30 minutos”, adverte Tarkieltaub.

“Entre as precauções, também é necessário acompanhar os batimentos cardíacos. Eles não devem exceder a frequência cardíaca sub máxima, que é obtida desta forma: 220 menos a idade da pessoa. Esta é a frequência máxima que a pessoa pode atingir. O número obtido ideal deverá ser 80% deste valor”, explica o cardiologista. Então, se você tem 40 anos, sua frequência cardíaca não deve ultrapassar 180 e o ideal é que ela fique em torno de 145.

Se sentir cansaço excessivo ou falta de ar, diminua ou interrompa os exercícios. Todas essas orientações são válidas também para as pessoas sedentárias, que viram a forma física piorar durante a quarentena ou que perceberam no isolamento a necessidade e a importância de se movimentar para a saúde e o bem-estar.

Neste momento, ainda é recomendado pelo risco de contaminação evitar atividades que envolvam contato com outras pessoas e os esportes coletivos. Qualquer outra atividade supervisionada pode ser feita.

Máscaras
O uso das máscaras é fundamental e indispensável também durante a atividade física. Sobre elas, o médico Elcio Tarkieltaub indica as máscaras de TNT descartáveis para a prática de exercícios. Para a prática desportiva, as máscaras à base de elastano, além de apropriadas, podem ser lavadas por até 40 vezes e esterilizadas no microondas por 15 segundos.

Sobre as máscaras vendidas como antivirais, uma curiosidade importante: existem máscaras (Insider e Kos) feitas em tecidos que passaram por avaliações e possuem laudos científicos de verificação de eficácia contra o coronavírus. Então, neste caso, é verdade.

Já aquela história de que ao passarmos o dia todo de máscara respiramos apenas gás carbônico, é mentira. Mas uma verdade absoluta é que independentemente do tecido ou modelo escolhido, a máscara deve ser trocada assim que ficar úmida ou, no máximo, a cada 4 horas. Usar máscara é uma atitude indolor e eficaz e que pode salvar vidas.