Julho Amarelo termina, mas prevenção contra hepatites continua o ano todo

De A a E as inflamações no fígado causadas por vírus precisam ser testadas, tratadas; a rede SUS na capital oferece tratamento para todos os tipos da doença

Vírus, uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, doenças autoimunes, síndromes metabólicas ou genéticas são causas das hepatites, inflamações no fígado que nem sempre apresentam sintomas. Mas quando aparecem, estes se manifestam na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Objeto da campanha Julho Amarelo, as hepatites virais são classificadas pelas letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, menos frequente no país

O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece tratamento para todos os tipos de hepatite, independentemente do grau de lesão do fígado. Hoje, 28 de julho, Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, é dia de alerta e de saber como buscar diagnóstico e tratamento na rede da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) da capital.

A falta do conhecimento da existência da doença é o grande desafio. Todas as pessoas com mais de 45 anos de idade devem fazer o teste rápido, gratuitamente. A hepatite tem cura na maioria dos casos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais.

Para diagnosticar as hepatites B e C, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) oferecem o Teste Rápido, gratuito e disponível para população a partir dos 2 anos de idade. A ferramenta Busca Saúde ajuda a encontrar a unidade mais próxima.

A SMS reforça a importância da vacinação contra a hepatite B, que está disponível nas 468 UBSs da cidade de São Paulo. No total, são três doses da vacina, sendo que a primeira deve ser aplicada em todos os recém-nascidos, preferencialmente nas primeiras 24h de vida. O risco de evolução da hepatite B em crianças menores de um ano não vacinadas pode chegar a 90%.

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Saiba mais sobre as Hepatites de A a E:

Hepatite A
Tem o maior número de casos, está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e se cura sozinha. Existe vacina, segura e eficaz.

Prevenção da hepatite A:
– A vacina é a principal medida de prevenção.
– Lavar as mãos com frequência, especialmente após o uso do sanitário, antes e após trocar fraldas e antes do preparo de alimentos. Utilizar água tratada, clorada ou fervida, para lavar os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos. Cozinhar bem os alimentos antes do consumo, principalmente peixes e frutos do mar. Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras.
– Usar instalações sanitárias; não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto e evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
– Usar preservativos e higienizar as mãos, genitália e região anal, antes e depois das relações sexuais.

Hepatite B
É o segundo tipo com maior incidência; atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção para a hepatite B é a vacina, associada ao uso do preservativo.

Prevenção da hepatite B:
A vacina também é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura; usar preservativo em todas as relações sexuais; não compartilhar objetos de uso pessoal, tais como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.
A testagem das mulheres grávidas ou com intenção de engravidar também é fundamental para prevenir a transmissão de mãe para o bebê. A profilaxia para a criança após o nascimento reduz drasticamente o risco de transmissão vertical.

Hepatite C
O contato com o sangue é a principal forma de transmissão. É considerada a maior epidemia da humanidade hoje, cinco vezes superior à AIDS/HIV e não existe vacina para controlá-la. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado e pode ainda causar cirrose, câncer de fígado e morte. Não tem vacina.

Prevenção da hepatite C:
Não existe vacina contra a hepatite C. Para evitar a infecção é importante: não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc); usar preservativo nas relações sexuais; não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas; toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.

Hepatite D
Causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D.

Prevenção da hepatite D:
A hepatite D ocorre em pacientes infectados com o tipo B, portanto, a vacina contra a hepatite B, protege contra o tipo D, também.

Hepatite E
Causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.

Prevenção da hepatite E:
A melhor forma de evitar a doença é melhorando as condições de saneamento básico e de higiene, tais como as medidas para prevenir a hepatite do tipo A.