Doenças falciformes têm tratamento de referência na capital

Se não tratada, doença pode causar a destruição crônica das células vermelhas do sangue, infecções e óbitos

No Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme, celebrado nesta quarta-feira (27), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) destaca o atendimento humanizado e qualificado nos nove Centros de Referência para o Acompanhamento dos Portadores de Hemoglobinopatias (CRAPH). Dois dos equipamentos públicos são da gestão municipal: o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus e o Ambulatório de Referência no Hospital Integrado de Santo Amaro (Hisa).

A enfermidade, que é considerada uma das doenças hereditárias mais comuns no mundo, tem grande incidência entre pretos e pardos, porém, também pode ser encontrada na população branca. Ela causa a destruição crônica das células vermelhas do sangue, intensas dores ósseas e na barriga, infecções, lesões orgânicas e, em alguns casos, até a morte precoce.

O diagnóstico deve ser feito em recém-nascidos, na primeira semana de vida, por meio do teste do pezinho, realizado nas maternidades durante a triagem neonatal. Crianças, jovens e adultos que ainda não fizeram, podem realizar o exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina nas 469 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Para encontrar o endereço mais próximo, basta consultar a plataforma Busca Saúde.

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Entenda a doença
A doença falciforme é causada por uma modificação (mutação) no gene (DNA) que, em vez de produzir a hemoglobina A, produz uma hemoglobina chamada S. Se uma pessoa recebe um gene do pai e outro gene da mãe, que produzem a hemoglobina S, ela possui um padrão genético chamado SS, causador da anemia falciforme.

Se uma pessoa receber de um dos pais o gene para hemoglobina S e do outro o gene para hemoglobina A, ela não terá a doença, e sim o traço falciforme (AS). Portanto, essa pessoa não precisa de tratamento porque a doença não se desenvolverá. Caso tenha filhos ou filhas com outra pessoa que também herdou o traço, existe a possibilidade de ela ter uma criança com anemia falciforme.

Quem tem anemia falciforme pode engravidar?
Essa é considerada uma gravidez de risco por conta das possíveis complicações. A criança também pode nascer com o gene da doença. Mas é importante salientar que são necessários dois genes com a mutação, um do pai e um da mãe. Se só houver um gene, o paciente é apenas portador de traço falciforme: ele não tem a doença nem irá desenvolver no futuro.

Tratamento
Após o diagnóstico, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento em um serviço especializado ou centro de referência, com apoio de um hematologista e outros especialistas. O acompanhamento médico é feito durante toda a vida.

Onde buscar atendimento
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) destaca que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem garantido avanços tecnológicos no controle da doença falciforme por meio da hemorrede e hospitais de referência, garantindo melhora da saúde da população. Na capital, o público pode buscar atendimento nos nove Centros de Referência para a doença para atendimento de adultos e crianças:

• Hospital São Paulo
• Hospital das Clínicas
• Hospital Santa Marcelina
• Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Para atendimento de adultos:
• Hospital de Transplantes Dr. Euryclides de Jesus Zerbini (Hospital Brigadeiro)
• Hospital Integrado Santo Amaro (HISA).

Para atendimento infantil:
• Hospital Municipal Menino Jesus
• Hospital Cândido Fontoura
• Hospital Darcy Vargas.