Perda progressiva da visão é um dos sintomas de ceratocone

Diagnóstico pode ser realizado na rede SUS da capital; saiba mais sobre a doença

O ceratocone é uma doença genética rara, de caráter hereditário, que afeta a visão, alterando a estrutura da córnea, provocando uma percepção mais distorcida das imagens. A córnea é uma camada fina e transparente localizada na superfície do olho.

A causa exata desta doença ainda não é conhecida, mas acredita-se que inúmeros fatores podem contribuir para o surgimento de ceratocone, até mesmo o ato de esfregar e coçar os olhos com bastante frequência pode estar relacionado ao desenvolvimento da doença. Por isso, o risco é maior nos pacientes alérgicos que sentem muita coceira nos olhos.

Essa doença também está presente em pessoas com Síndrome de Down ou com alterações oculares congênitas, como a catarata e a esclerótica azul (branco do olho), por exemplo.

Nesta quarta-feira (10), data em que é celebrado o Dia Mundial do Ceratocone, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) reforça a importância de conscientizar as pessoas sobre essa enfermidade que atinge cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil.

Sintomas

A doença costuma se manifestar entre os 10 e 25 anos de vida, mas pode progredir até os 40 anos ou se estabilizar com o passar do tempo.

O principal sintoma de ceratocone é a perda progressiva da visão, tanto para longe quanto para perto, fazendo com que o paciente precise aumentar com frequência o grau das lentes dos óculos, até ser necessário substituir por lentes de contato.

Além disso, outros sintomas importantes que devem ser investigados incluem sensibilidade à luz (fotofobia), visão dupla (diplopia), comprometimento da visão noturna e formação de várias imagens de um mesmo objeto (poliopia).

Atendimento na rede municipal

O ceratocone pode ser confundido com outras patologias oftalmológicas, por isso é indicado buscar ajuda médica em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) se houver suspeita da doença. Assim, o paciente é encaminhado para oftalmologia de maior complexidade e, nessa segunda avaliação, é feito o diagnóstico para confirmação e início do tratamento.

Na rede municipal do Sistema Único de Saúde (SUS), foram 407 diagnósticos de ceratocone realizados em 2018. Em 2019, o número subiu para 728.

Já no ano seguinte, 2020, a quantidade de diagnósticos caiu para 464. Em 2021, com dados preliminares atualizados em 9 de novembro, já são 610 confirmações da doença.

Quando a doença está em fase avançada, em alguns casos é necessário realizar o transplante de córnea. Dessa forma, o Instituto Oftalmológico Paulista (IOP) é o único na Rede Municipal, habilitado para realizar este procedimento pelo SUS.