Retrospectiva 2021: conheça quem fez o SUS mais humano diante da pandemia de Covid-19 na capital

Boletim Saúde Mais Perto/Gente contou a história de 26 profissionais que atuam na rede municipal

Trabalhadores da rede municipal sempre dedicaram seu conhecimento e esforços para a saúde da população, o que ficou ainda mais em evidência durante a pandemia de Covid-19. Eles foram heróis nos bastidores da maior crise sanitária dos últimos tempos ao enfrentarem a situação com um objetivo comum: a preservação da vida.

Na linha de frente ou em áreas técnico- administrativas, eles são os protagonistas de todos os dias na rede municipal de saúde. No boletim Saúde Mais Perto/Gente, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que tem uma versão em vídeo no canal do YouTube, Gente.doc, toda quinzena uma história pessoal e profissional mostra o Sistema Único de Saúde (SUS) humanizado, inclusivo e eficiente.

Em frente a uma casa com portão cinza, na calçada, estão vários profissionais de saúde com cartazes coloridos de feliz aniversário.

A assistente social Maria Isabel Santos e a equipe do PAI Dr. José Toledo Piza em uma das 120 serenatas que promoveram no ano passado (Foto: Arquivo Pessoal)

Foram 26 edições que falaram de superação, perdas, vitórias e muitas conquistas que essas pessoas quase sempre consideram uma missão cumprida. É o caso da enfermeira Celeste Regina da Mata, que coordena o maior Posto de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Padi), na capital, administrado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). “Tão logo recebemos os imunizantes, organizamos e distribuímos as doses às unidades e aos drive-thrus”, contou na entrevista ao boletim Gente.

Mas até a vacina chegar, alguns profissionais tiveram de deixar a linha de frente, como aconteceu com Talita Mendes, assistente social, que mudou de posto de trabalho para proteger a gestação de um filho. Assim como muitos, ela teve de se reinventar, então foi para o Centro Social Nossa Senhora do Bomparto (Bompar), onde desenvolveu práticas de atendimento que foram importantes para salvar vidas vulneráveis e apoiar os colegas em campo.

Em uma área externa com paredes verdes e uma placa azul escrito "Padi Sul" estão onze profissionais de saúde usando máscaras.

Celeste Regina da Mata com parte da equipe do Padi Sul (Foto: Arquivo Pessoal)

Já o psicólogo Leanndru Sussmann se voluntariou para a linha de frente. Da unidade de saúde onde estava partiu para atender pacientes de Covid-19, familiares e profissionais de saúde no Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria. Eram tempos de lutos causados pela doença respiratória severa e foi preciso oferecer apoio à saúde mental de quem convivia com o medo e a dor da perda. Estagiária na época, Brunna Falluh de Alarcão ficou famosa na internet por causa de um vídeo gravado pela colega na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Covid-19, no Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch, onde ela cantava e tocava violão para os pacientes e companheiros de plantão. “A esposa de um dos internados me procurou e contou que, após a música naquele dia, ele teve uma melhora, recebeu alta e se recuperava em casa”, relembrou.

Mas aí veio a vacina e começou uma verdadeira corrida contra o tempo para milhares de profissionais envolvidos na campanha de imunização. Orientando e coordenando equipes de vacinação no município, estava a enfermeira Ivete Favaron. Depois de enfrentar as fake news antivacina na campanha contra a febre amarela, ela preparou os profissionais com muita informação e técnica para que a capital alcançasse o sucesso de ter hoje 100% da população imunizada.

Na sede administrativa, apaixonado por tecnologia e saúde, Felipe Soares Neves, gestor de Tecnologia da Informação (TI) da SMS, criou o site De Olho na Fila, que no final do ano bateu os 40 milhões de acessos de pessoas em busca da informação em tempo real sobre a situação dos postos e os imunizantes oferecidos nos locais.

A fila andou e o Programa Acompanhante do Idoso (PAI), da SMS, pôde chegar mais perto de seus beneficiados. “Na pandemia, quando percebemos que os idosos se sentiam muito mais sós, fizemos serenatas, ligações, mostramos que nós, mesmo a distância, estávamos lá”, afirmou a agente do PAI, Maria Isabel Costa dos Santos.

A rede municipal de saúde se manteve ativa na assistência à população e capacitou equipes, realizou ações comunitárias, tudo de acordo com as medidas sanitárias. Homenageou os profissionais dentro e fora do combate à pandemia, incluiu mais ainda a todos. É assim que se sente a estagiária Maria Fernanda, da área de saúde mental da Coordenadoria Regional de Saúde Norte (CRS Norte), ao persistir na formação em campo. “Eu faria tudo de novo, porque aqui fui acolhida e tenho a oportunidade de me tornar uma estudiosa e uma profissional de saúde defensora do SUS.”