Ouvir e respeitar as escolhas da gestante é o principal objetivo do parto humanizado

A humanização do parto proporciona uma experiência mais positiva para a mãe, o bebê e a família

Milhares de mulheres idealizam o dia do parto, um momento especial e de fragilidade, no qual necessitam de total acolhimento físico e emocional. Porém, nem todas podem dizer que tiveram boas experiências ao dar à luz.

Agressões físicas e verbais, intervenções cirúrgicas desnecessárias, negar à gestante um acompanhante e a exigência de depilação pré-parto são alguns exemplos de violência obstétrica que devem ser denunciadas pelo Disque 100 ou no Disque Saúde 136 do Ministério da Saúde.

O parto humanizado é um direito de toda gestante. Um dos principais objetivos é o protagonismo da mulher onde suas escolhas são ouvidas e respeitadas, enquanto o objetivo da assistência humanizada é deixar que o processo fisiológico ocorra normalmente. O médico e a equipe somente interferem se ocorrer algum problema.

Estimular a amamentação na primeira hora de vida e o contato aquecido pele a pele com a mãe são recomendações do MS. Essas e outras diretrizes do parto humanizado valem para todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

Parto humanizado em São Paulo

A rede municipal de saúde da capital conta com duas casas de parto humanizado, a Casa Angela, localizada na zona sul, e a Casa de Parto de Sapopemba, na zona leste. Os locais recebem gestantes de baixo risco para acompanhamento e pré-natal, a partir de 27 a 28 semanas de gestação.

“A nossa assistência é muito pautada na ciência e no respeito à autonomia da mulher. Elas escrevem o plano de parto, a gente o segue e valoriza. O tempo do bebê e do nascimento é muito reverenciado”, explica Ioná Araújo, enfermeira obstetra e gerente de enfermagem da Casa Angela.

Depois da experiência com o parto humanizado, Dayana Vidal, mãe de dois bebês que nasceram na Casa Angela, reconhece a importância de ter bons profissionais nesse momento tão especial para ela e para a família. “Não adianta você ir para um hospital de luxo e ser maltratada. Falo para todo mundo que o parto humanizado foi a melhor experiência, mudou demais a minha vida.”

Muitas grávidas que tiveram uma primeira experiência desagradável com o parto, acabam procurando uma nova vivência para que, desta vez, tudo ocorra dentro do esperado.

“Fazer com que esse momento seja único e positivo para ela, para o bebê e para a família é essencial, é o que faz a diferença”, diz Cintia Kuramoto, enfermeira obstetra da Casa do Parto de Sapopemba.

Pâmela Rodrigues escolheu a Casa de Parto de Sapopemba para dar à luz, pois se sentiu muito bem com toda a recepção. “Nós conhecemos a casa primeiro e fizemos a primeira consulta e nos sentimos muito acolhidos por toda a equipe, sentimos que o ambiente é aconchegante e muito seguro”, conta.

Vale ressaltar que, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o parto humanizado não é apenas aquele que ocorre por via vaginal, sem anestesia, mas também no parto normal com analgesia ou até mesmo por cesárea. A humanização do parto está relacionada com o que a gestante deseja naquele momento (música, massagem, posição mais confortável, entre outras) e se essas decisões são respeitadas, a fim de esperar que o bebê esteja pronto para nascer.