Doação de sangue deve se tornar um hábito e não um ato pontual

Requisitos para doar sangue são determinados pelo Ministério da Saúde com o intuito de garantir segurança e proteção ao doador e paciente

A doação de sangue é um gesto solidário e voluntário capaz de salvar a vida de pessoas que estão passando por tratamentos e intervenções médicas de grande complexidade, como transplantes, procedimentos oncológicos, transfusões e cirurgias. Além disso, o sangue doado pode ajudar pacientes com doenças crônicas graves a viverem por mais tempo.

O ideal é que a população crie o hábito de doar sangue, para que os estoques sempre se mantenham abastecidos e que esse ato não seja somente pontual para ajudar um conhecido.

“O sangue é essencial para a vida. Portanto, com a doação de sangue consegue-se manter um estoque adequado com finalidades terapêuticas, sendo às vezes a única maneira terapêutica para vários pacientes que dependem deste gesto de solidariedade”, afirma o médico José Carlos da Fonseca Osório, especialista do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).

Requisitos para doar sangue

No ano de 2021 o banco de sangue do HSPM recebeu um total de 4.788 doadores, dos quais 4.284 foram aptos à doação. Ou seja, nem todo mundo que se propõe a doar sangue atende aos requisitos.

Esses critérios, que permitem ou impedem uma doação de sangue, são determinados por normas técnicas do Ministério da Saúde, a fim de proteger o doador e proporcionar a segurança de quem vai receber o sangue.

Para doar sangue deve-se:

·         Portar documento oficial com foto dentro do prazo de validade;

·         Ter entre 16 e 69 anos de idade, sendo que a primeira doação deve ter sido feita até 60 anos. Menores de 18 anos devem apresentar um Termo de Autorização de doação de menor. Reconhecimento de firma somente será dispensável se responsável legal estiver presente;

·         Pesar acima de 50 kg;

·         Estar em boas condições de saúde;

·         Estar alimentado, porém evitar refeição pesadas (gordurosas).

 

O médico José Osório explica que inicialmente é feito um cadastro para coletar dados do possível doador e, em seguida, é realizado um processo de triagem que consiste em alguns exames e uma entrevista, com o intuito de garantir que a doação de sangue seja extremamente segura para o doador, além de reduzir ao máximo os riscos de transmissão de doenças para os pacientes que recebem transfusões de sangue. “Com exames laboratoriais normais homens podem doar até quatro vezes por ano. Já as mulheres podem doar até três vezes por ano”, pondera.

A captação de doadores é feita rotineiramente pelo banco de sangue do Hospital do Servidor Público Municipal, sendo reforçada com campanhas de doação para encorajar ainda mais a população sobre a importância desse ato.

Doação de sangue: Covid-19 e gripe

Com o aumento dos casos de Covid-19 e gripe, muitos se perguntam se mesmo após ter um dos dois vírus é possível realizar a doação de sangue. “Quem teve Covid-19 só pode doar sangue após estar 10 dias completamente sem sintomas. Já a gripe (Influenza) recomenda-se 7 dias de afastamento. Mesmo com letalidade menor, a nova cepa tipo A (H3N2) tem mais chances de evoluir para casos graves em grupos de risco (crianças, idosos, gestantes e pacientes com comorbidades). Pelo fato das duas estarem se transmitindo no mesmo período atualmente e houver dúvida, é bom senso o afastamento de 10 dias”, explica Ozório do HSPM.

Vale ressaltar que é possível doar sangue após receber a vacina antiCovid. No entanto, há uma variação entre elas relativo ao tempo de espera para a doação. “Para a vacina Coronavac afasta-se dois dias. Já para imunizantes AstraZeneca, Pfizer e Janssen afasta-se sete dias”, esclarece.