Saúde investe na ampliação do número de equipes de saúde bucal nos últimos cinco anos

Atendimento humanizado devolve, além do sorriso, autoestima para os pacientes

A cidade de São Paulo tem se empenhado em melhorar a qualidade da saúde bucal de seus cidadãos. Nos últimos cinco anos houve crescimento significativo na assistência realizada pelas equipes de Saúde Bucal (eSB) integrantes do Consultório na Rua (CnR) e nas Unidades Odontológicas Móveis (UOMs).

Em 2017, a rede municipal contava com duas UOMs, hoje são cinco ao total e um ônibus. Além disso, o horário de atendimento que era de 40 horas semanais, foi ampliado para 84 horas. Atualmente são três eSBs de 20h e duas de 40h, compondo as equipes CnR. Elas atuam em consultórios das UBSs Mooca, Parque Imperial, Parque São Rafael, Jardim Aeroporto e Pari.

A SMS conta ainda com 14 eSB de 12h realizando atendimentos nas UOMs e ônibus, de segunda a domingo, no horário das 7h às 19h. Segundo a Coordenação de Epidemiologia e Informação (CEInfo), entre os anos de 2017 e 2021, 3.782 próteses foram entregues aos pacientes e 44.489 atendimentos foram realizados na cidade de São Paulo apenas em UOMs e ônibus.

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Os resultados mostram ainda que mesmo em situação pandêmica, a SMS manteve uma frequência similar de atendimentos dos anos anteriores à Covid-19. Em 2021, foram realizados 13.609, dado próximo ao de 2019 que foi de 13.825. Isso foi possível graças ao aumento no número de UOMs e ampliação do horário de atendimento.

O público atendido pelas equipes de saúde bucal é majoritariamente adulto, mas crianças e adolescentes também são contemplados e contam com abordagem ainda mais sensível desses profissionais. Recentemente, Alessandra Grutteria, cirurgiã-dentista na UBS Pari e integrante do Consultório na Rua, precisou oferecer colo para uma paciente de 3 anos, após a menina recusar-se a sentar-se na cadeira apropriada para a assistência.

Na imagem, uma profissional de saúde vestindo avental amarelo está segurando uma menina de aproximadamente 3 anos no colo. Ela está com as mãos, cobertas por luvas brancas, na boca da criança, examinando seus dentes.

Cirurgiã-dentista da rede municipal oferece colo para paciente de 3 anos durante atendimento (Foto: SMS)

“Ela estava assustada com o equipamento, mas não teve medo de mim. Percebi que daria para atendê-la no meu colo e assim o fiz”, conta a profissional que há nove anos presta atendimento à população mais vulnerável. “Sempre quis fazer um trabalho de cunho mais social, eu costumo dizer que nós ajudamos, mas que somos muito mais ajudados”, ressalta Alessandra.

Entre as histórias que mais a emocionou está a de um paciente que recebeu prótese dentária. “Muitos deles choram ao se ver no espelho. Certa vez entreguei a prótese a um paciente e ele me disse que eu não posso mudar o mundo, mas que havia conseguido mudar o mundo dele”, relembra, emocionada, a dentista.

Duas imagens de um homem. À esquerda, o homem careca, negro, com barba grisalha, está sorrindo com apenas dois dentes. À direita, o mesmo homem está sorrindo com todos os dentes, exibindo a prótese dentária.

SMS manteve, durante a pandemia, uma frequência similar de atendimentos de saúde bucal dos anos anteriores à Covid-19 (Foto: SMS)

Como é feito o atendimento à população de rua
O tratamento odontológico, incluindo a oferta de próteses totais e parciais removíveis, é realizado sempre em locais nos quais se encontram essa população, com apoio das Unidades Básicas de Saúde, UOMs e ônibus. Para isso, a pessoa deve apresentar o Cartão do Sistema Único de Saúde ou o Registro Geral (RG), caso tenha. Se o cidadão não tiver o documento, as equipes da Assistência Social auxiliam no caso.

Na região de atendimento, as equipes de saúde bucal fazem atividades coletivas e uma triagem odontológica para verificar risco de cárie, periodonto, oclusão e tecidos moles. Os pacientes que apresentarem alto risco nessa análise são encaminhados para o tratamento.

Como foi o caso de Leonardo Pereira de Souza, 58 anos, que buscou atendimento em 2019 e após ser encaminhado para o tratamento está mais saudável e confiante com o sorriso. "A prótese trouxe de volta a possibilidade de me alimentar. Hoje consigo comer, mastigar bem mastigadinho e até engordei! As pessoas na rua, antes, falavam: você é banguela. Agora me sinto bonito, com um sorrisão e todos os dentes na boca!".

As consultas de retorno são agendadas, preferencialmente, de uma a duas vezes na semana. Após a conclusão do tratamento, o paciente pode participar de ações coletivas com orientações sobre a higiene bucal, distribuição de kits de higiene oral (escova, creme dental e fio dental), além de informações sobre cuidado com a prótese e autoexame oral para a prevenção ao câncer de boca.

Conheça mais sobre o trabalho realizado pela Área Técnica de Saúde Bucal da SMS neste link.