Prefeitura capacita profissionais da Saúde e da Educação para cuidados com a monkeypox

Evento online ocorreu nesta terça-feira (2) e foi destinado a cerca de 5,5 mil colaboradores

A Prefeitura de São Paulo realizou na tarde desta terça-feira (2) um curso online de capacitação e atualização sobre a monkeypox (varíola dos macacos*) voltado a 5,5 mil profissionais das secretarias municipais da Saúde e da Educação, com o objetivo de multiplicação do conhecimento.

O objetivo é atualizar a situação da doença na cidade e orientar os profissionais para medidas de cuidado, prevenção, transmissão, notificação e isolamento, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS).

“Nosso serviço de vigilância está comunicando toda a população e capacitando profissionais de saúde para o enfrentamento da doença. Nossa atenção também está voltada para as crianças. Apesar da baixa letalidade no público adulto, ainda não sabemos como a monkeypox se desenvolve no público infantil”, explicou o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco.

Além de Zamarco, o evento contou com a presença do secretário municipal da Educação, Fernando Padula, a secretária-executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Sandra Sabino, a médica epidemiologista da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), Melissa Palmieri, a infectologista da Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids da SMS, Zarifa Khoury, e o diretor do departamento de pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Marco Aurélio Sáfadi.

“A escola é um ambiente favorável para orientações que ultrapassam o currículo escolar. É muito importante que os profissionais da Educação orientem os demais colegas da nossa secretaria sobre a doença, e principalmente os familiares dos estudantes. Também é fundamental que tenhamos cautela quanto ao contato físico, não compartilhar materiais e itens de uso pessoal. São algumas das orientações dadas pela SMS, a qual seguimos com vigor”, destacou Padula.

“O primeiro ponto que devemos observar quando falamos nos casos atuais de monkeypox é a letalidade substancialmente menor em comparação com a varíola humana, erradicada em 1977 com vacinação. Este é um período de humildade. Estamos conhecendo essa doença e consequentemente aprendendo sobre ela também”, acrescentou o pediatra Marco Aurélio Sáfadi.

Ações

Desde os primeiros alertas da OMS para a doença, a SMS instituiu protocolos para o atendimento dos casos suspeitos em serviços de saúde públicos e privados. Toda a rede, incluindo Unidades Básicas de Saúde (UBSs), prontos-socorros e pronto atendimentos, foi capacitada e conta com insumos para coleta de amostras das lesões cutâneas (secreção ou partes da ferida seca) para análise laboratorial.

São considerados suspeitos de infecção pela doença os indivíduos de qualquer idade que a partir do dia 15 de março deste ano tenham apresentado início súbito de erupção cutânea aguda, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo, incluindo a região genital. Pode ou não estar associada com febre, dor nas costas e dor de cabeça, entre outros sintomas. Também deve ser levado em conta o histórico de viagem a um país endêmico ou países com casos de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas, além do contato com pessoas que tenham viajado a esses locais.

Além disso, é preciso levar em consideração quem tem histórico de contato íntimo com desconhecidos ou parceiros casuais nos últimos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas e ainda quem teve vínculo epidemiológico com casos suspeitos (prováveis ou confirmados) de monkeypox desde 15 de março, nos 21 dias que antecederam os sinais e sintomas da doença.

“É mais um desafio que se apresenta na saúde pública, sobretudo na cidade de São Paulo. Estamos aqui hoje para um treinamento sobre os aspectos epidemiológicos da doença, o manejo clínico e como a cidade vem realizando o enfrentamento desse novo desafio”, pontuou Sandra Sabino.

Até o momento, foram registrados 879 casos da doença na capital. Três casos são em crianças, sendo um menino de 4 anos de idade e duas meninas de 6 anos, moradores da zona leste, norte e sul da capital, além de dez adolescentes de 10 a 19 anos. Todos estão em monitoramento pelas vigilâncias estadual e municipal e não apresentam sinais de agravamento. A transmissão da doença nesses pacientes está sendo investigada.

Mais informações sobre a monkeypox, como o fluxo de assistência laboratorial, fluxograma de atendimento e informações sobre cuidados domiciliares, podem ser encontradas clicando aqui.

*No atual surto, a transmissão não ocorre de macacos para humanos. O vírus é transmitido entre humanos.

A capacitação completa está presente no canal do YouTube da cidade de São Paulo: