Na Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o programa Ambientes Verdes Saudáveis (Pavs) fortalece a gestão intersetorial em questões ambientais com impacto sobre a saúde da população. Quem trabalha como agente no Pavs participa da identificação, elaboração e desenvolvimento de projetos socioambientais de intervenção na região, apoia e desenvolve ações locais. O agente de promoção ambiental (APA), Everton Martins de Carvalho, de 36 anos, cumpre essa rotina desde 2013, quando assumiu essa missão na rede municipal de saúde e encontrou um propósito.
O profissional despertou para a questão ambiental ainda na infância, convivendo com o negócio da família, proprietária de um ferro velho. Ali ele já enxergava o problema e a solução para algo que o preocupava. “Já fui catador de lixo e, para mim, o que não serve mais, se transforma constantemente. Tudo o que nós produzimos e jogamos fora pode ser reutilizado e visto como uma oportunidade de reciclagem”, explica Everton. Para ele, persistir na educação ambiental é a melhor forma de conscientizar a população sobre como algumas atitudes devem influenciar positivamente a saúde de todos.
Acompanhado das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) Everton orienta morador da zona leste (Foto: Acervo Pessoal)
Os APAs têm um papel fundamental a partir das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), fazem visitas domiciliares ambientais e realizam buscas ativas para identificar possíveis situações de risco ou vulnerabilidade que envolvam o meio ambiente e saúde da população local. Atualmente na UBS Carlos Olivaldo de Souza Lopes Muniz, na zona leste da cidade, Everton relembra a trajetória iniciada no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2006, que o levou a trilhar esse caminho.
O primeiro emprego dele com carteira assinada foi aos 19 anos de idade e já na Saúde. Era escriturário administrativo na UBS Jardim Etelvina, na mesma região da cidade. Foi um momento crucial para entender a realidade do SUS, segundo o APA. Em 2013, quando retornou à rede municipal de saúde, contratado como APA na UBS Vila Guilhermina, recebeu diversos treinamentos em Estratégia Saúde da Família (ESF), área de atuação do Pavs em algumas unidades da capital. Três anos depois, mudou para a UBS Jardim Vitória, onde ficou até 2018 e, então, sair da prefeitura para empreender.
Nesse período, Everton liderou um projeto de arte, educação e meio ambiente, interesses que desenvolveu ao longo do trabalho na SMS. Em 2019, de volta ao Pavs na UBS Santa Cecília, se deparou com o período mais desafiador da profissão, a pandemia de Covid-19. A crise sanitária alterou completamente o modo de atuação do programa nas regiões e o dia a dia dos APAs.
As visitas domiciliares e análises do território foram substituídas pela incansável campanha de conscientização contra a Covid-19 nas ruas dos bairros, tudo com o devido distanciamento social. A retomada das atividades de revitalização em praças e espaços públicos acontece gradativamente. “Ainda há muito medo da exposição por parte dos munícipes que respeitam as recomendações sanitárias”, observa. Uma horta criada em parceria com a equipe de promoção ambiental na UBS ficou no legado.
“Essa horta foi criada nessa realidade que se encaminha para o pós-pandemia, justamente para que nós tivéssemos uma rotina de cuidados diários e nos conectássemos com algum projeto ambiental dentro da unidade, já que o dia a dia no território ficou temporariamente menos presencial”, afirma. Atualmente aluno de gestão pública por ensino a distância, Everton quer alcançar esse nível na Saúde e investir o conhecimento em educação ambiental adquirido em uma futura função dentro da rede.
Everton cuidando da horta comunitária na UBS Carlos Muniz (Foto: Acervo Pessoal)
Q+
Andar de bicicleta e atuar são paixões do agente promotor de sustentabilidade. Pedalar já faz parte da rotina diária de Everton, e o teatro ainda quer retomar. “A arte está presente em grande parte de grande parte da minha vida, me faz bem como nenhuma outra atividade”, revela. O sonho de viajar de bicicleta pelo Brasil também está nos planos dele.