Sífilis: rede municipal realiza diagnóstico e tratamento da doença

O terceiro sábado do mês de outubro é o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita; data reforça importância da prevenção e diagnóstico doença, que pode ser fatal

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida por via sexual, por meio de relações sexuais desprotegidas (sífilis adquirida) e pela transmissão vertical, da pessoa gestante para o bebê, através da placenta ou canal de parto, quando a sífilis na gestação é inadequadamente ou não tratada.

A doença é exclusiva do ser humano e curável, porém, quando não tratada, pode evoluir para formas mais graves. Além de ser potencialmente grave, a infecção pela sífilis não resulta em imunidade, ou seja, mesmo após o tratamento, ainda é necessário continuar se protegendo para não se infectar novamente. Para isso, é essencial utilizar preservativo durante as relações sexuais.

A sífilis adquirida passou a ser de notificação compulsória no Brasil a partir de 2010, e desde então, no município de São Paulo, a doença apresentou aumento de mais de quatro vezes no número de casos, passando de 3.314 em 2010 para 14.198 casos em 2020, um aumento de 405%, sendo que na faixa etária dos 15 aos 19 anos o aumento do número de casos chegou a 7,9 vezes. Em relação à sífilis gestacional, só em 2020 foram notificados 6.067 casos. Os números são do boletim epidemiológico de 2021 da Coordenadoria de IST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Doença tem período não sintomático e depois se agrava

Após o contágio, a sífilis possui um período de incubação que varia de dez dias até três meses; depois, pode evoluir em três estágios. No estágio primário, aparece ferida nos órgãos genitais (geralmente única), que desaparece espontaneamente e não deixa cicatrize. Outro sintoma nesse estágio são gânglios aumentados e ínguas na região das virilhas.

No estágio secundário, que se manifesta de quatro a dez semanas após a infecção, os sintomas são manchas vermelhas na pele, na mucosa da boca, nas palmas das mãos e plantas dos pés, além de febre, dor de cabeça, mal-estar e inapetência, que podem desaparecer, embora a doença continue ativa. Este é justamente o perigo: depois de anos a sífilis pode reaparecer em sua terceira fase, já com comprometimento do sistema nervoso central, sistema cardiovascular, lesões na pele e nos ossos.

Sífilis congênita

Em pessoas gestantes, a sífilis não tratada pode provocar aborto, além de baixo peso e prematuridade do bebê, entre outras complicações. Neste caso, a doença é transmitida da pessoa gestante para o feto por via placentária, em qualquer momento da gestação ou estágio clínico da doença. O bebê pode nascer aparentemente saudável e os sintomas começam a surgir nos primeiros meses de vida. Entre eles estão irritabilidade, alterações ósseas, auditivas e de desenvolvimento. No caso de crianças maiores, os sinais podem incluir deformidades ósseas, surdez, inflamação articular, dentes anormais, perda visual, entre outros.

Atendimento na rede municipal

Pacientes com suspeita de sífilis ou que tenham tido relações sexuais sem proteção podem procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima para passar por consulta e realizar os exames necessários. Também é possível realizar a testagem gratuitamente em qualquer unidade da Rede Municipal Especializada (RME), que são os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e os Serviços de Atenção Especializada (SAE) – endereços no site da Coordenadoria de IST/Aids. O SUS oferece os medicamentos necessários ao tratamento da doença, que é realizado com acompanhamento médico. É importante ressaltar que o tratamento da sífilis deve ser estendido também para as parcerias sexuais.

Em relação à proteção, vale lembrar que o uso de preservativos externos ou internos é sempre recomendado durante as relações sexuais, para proteger contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e gravidez não planejada. A rede municipal de saúde disponibiliza o material gratuitamente em todos os seus equipamentos, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS), AMA/UBS Integradas, Serviços de Assistência Especializada (SAE), Centros de Testagem de Aconselhamento (CTA), hospitais e maternidades. Os preservativos também estão disponíveis nas estações de metrô e terminais de ônibus da cidade.

A relação de todos os equipamentos de saúde da capital pode ser consultada na página Busca Saúde.