São Paulo promove eventos para conscientização e combate ao racismo nas unidades de saúde do município

Em alusão ao Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, a Secretaria Municipal da Saúde chama a atenção para importância da classificação raça/cor e sensibilização de pacientes

Em alusão ao Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, celebrado quinta-feira (27), a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS) tem promovido eventos voltados aos profissionais de saúde e demais trabalhadores das unidades da rede municipal para debater questões raciais nos territórios.

São cinco seminários online intitulados “Prevenção e Combate ao Racismo Institucional nos Serviços de Saúde”, com palestras e debates focados em fortalecer as políticas públicas voltadas à saúde da população negra e ao enfrentamento do racismo estrutural e institucional nas seis regiões da capital. Os seminários, promovidos pela Área Técnica de Saúde da População Negra em parceria com as Coordenadorias Regionais tiveram início no dia 21 e serão concluídos quarta-feira (26).

De acordo com Valdete Ferreira dos Santos, assessora da Área Técnica de Saúde da População Negra da SMS, os seminários fazem parte de um conjunto de ações que vão além da conscientização contra o racismo estrutural dentro da unidade. “Precisamos focar no esclarecimento da necessidade de inclusão do quesito raça/cor no formulário para posteriores análises de informações. Ele serve para mostrar os planos de ação que devem ser tomados em casos de doenças com maior índice para essa população, como a doença falciforme, por exemplo. Sempre baseados na equidade, direcionados pelo Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), do Ministério da Saúde, que por meio da portaria nº 344, adota o critério da autodeclaração, ou seja, o próprio usuário define qual é a sua raça/cor e o funcionário deve estar apto a esclarecer esses pontos”, explica.

Além dos seminários, que são eventos pontuais, às segundas e sextas-feiras do mês a CRS da região central promove uma aula aberta sobre o enfrentamento ao racismo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). De acordo com Marcos Costa, interlocutor de saúde da população negra dessa CRS, desde 2020 há um encontro com profissionais de saúde do território para discutir as questões raciais nas unidades. Hoje, quatro equipamentos trabalham com a discussão da temática racial. “Podemos perceber que o olhar dos profissionais mudou, aumentou a visibilidade sobre a questão do racismo institucional e mais unidades vêm aderindo a esse trabalho e se abrindo para essas questões. Hoje eles têm condições de identificar e notificar acerca dessa violência sofrida. Com isso, podemos criar políticas públicas e maneiras de lidar com cada caso. Nosso próximo passo é sensibilizar o usuário da rede para que todos possam também ter consciência de que, para além da convivência respeitosa, racismo é crime”, pontua.

Na próxima reunião, em 11 de novembro, a coordenadoria realizará um curso e um seminário, no centro cultural Olido, às 14h, para profissionais de saúde, pacientes do território, conselheiros e gestores. A ideia é ampliar o diálogo e o alcance.