De socorrista a gestora, a enfermeira Lucília conta como participou da formação do Samu na capital

Agora na área administrativa do serviço, Lucília usa seus conhecimentos e experiência para auxiliar colegas no ambiente interno de trabalho

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é reconhecido pelo trabalho em campo que tem a missão diária de salvar vidas, o que em uma metrópole como São Paulo exige o funcionamento perfeito da engrenagem da qual faz parte Lucília Nóbrega Catanzano, de 68 anos de idade. Dos tempos de socorrista, ela trouxe para o atual trabalho como assistente técnica na área de suprimentos o senso de necessidade dos equipamentos de proteção individual (EPI) e outros insumos para garantir o serviço prestado ao cidadão.

Desde pequena, ainda em São Caetano, onde nasceu, ela já sentia que seu trabalho envolveria o cuidado humano. A avó, a quem chama de “nonna”, foi parteira e uma apaixonada pelo que considerava “oportunidade”: trazer novas vidas ao mundo. A convivência com ela foi decisiva para a escolha da jovem pela enfermagem. Formada em 1978, iniciou a carreira na área da saúde no mesmo ano.

Quando entrou para a prefeitura, em 1985, trabalhou no Hospital Municipal Dr. Ignácio Proença de Gouvêa até 1996. Convidada para o então Atendimento Pré-Hospitalar (APH), tornou-se a primeira coordenadora de enfermagem do serviço móvel de urgência. “Me senti muito desafiada a construir o melhor serviço para a cidade. Era uma função de muita responsabilidade, já que tudo estava sendo criado e estabelecido. Eu tive a sorte de participar dessa base, em todas as partes do processo”, relembra.

Lucília é uma mulher de cabelos curtos e grisalhos, usa óculos de grau e está olhando de lado na imagem. Ao fundo tem o símbolo do Samu.

A enfermeira é apaixonada pelo trabalho na prefeitura há mais de 30 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Em 2003, o município de São Paulo aderiu ao novo programa federal de atendimento pré-hospitalar denominado Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em 2011, já na área administrativa do serviço, a enfermeira resolveu se aposentar. Porém, no ano seguinte, ela voltou para a mesma área. “Durante a pandemia, por exemplo, nós tivemos uma demanda de trabalho muito importante já que, de uma hora para outra, todos os profissionais, sem exceção, precisavam usar máscaras de proteção individual e todo um equipamento de segurança muito específico. Fomos nós que organizamos e pedimos esse material para toda a equipe do Samu e foi um trabalho fundamental para o enfrentamento da crise sanitária”, relembra.

A saudade dos tempos de socorrista faz com que Lucília coloque os conhecimentos e a experiência em prática para auxiliar colegas no ambiente interno de trabalho. “Hoje, eu continuo ajudando as pessoas nos pequenos gestos. Se tem alguém se sentindo mal aqui no Samu, desde os meus colegas de trabalho, até a equipe de higienização, me coloco à disposição para ajudar como enfermeira, dar um apoio, fazer uma escuta qualificada, o que muitas vezes é o que as pessoas precisam”, explica.

Na imagem há um casal de idosos com quatro crianças. Duas crianças estão sentadas no sofá e dois bebês estão no colo dos adultos. Eles estão sorrindo.

Os netos Matheus, Maria Luiza, Maria Eduarda e Cecília são a maior alegria de Lucília e do marido Gennaro (Foto: Arquivo Pessoal)

Com quatro filhos e quatro netos, a enfermeira agora volta a pensar na aposentadoria. Quer aproveitar mais o tempo com quem ama e “não ter hora para acordar”, além das muitas responsabilidades rotineiras da função que exerce. “São quase 44 anos trabalhando, agora é voltar para casa e conviver com a minha família, curtir meus netos, cuidar da minha saúde”, planeja a servidora.

Q+

Com tempo livre após concretizar a aposentadoria, Lucília pretende aprender coisas novas. Isso porque, fora do horário de trabalho, a enfermeira gosta de ler, fazer tricô e crochê para relaxar. Mais perto dos seus e com muitas oportunidades de escolha, a enfermeira vai explorar novos horizontes.

Conheça mais sobre a história da Lucília no canal do Youtube da Secretaria Municipal da Saúde: