Sarampo: saiba a importância de vacinar para evitar novos casos

Doença chegou a ser eliminada do país, mas retornou em 2018, em decorrência da queda nos índices de cobertura vacinal; imunizante está disponível em todas as UBSs da capital

A descoberta das vacinas e sua disponibilização ampla estão entre os maiores avanços da ciência e da medicina no século XX, tendo evitado muitas mortes em todo o mundo, decorrentes de doenças infectocontagiosas, como o sarampo. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), só esta doença chegou a causar aproximadamente 2,6 milhões de mortes ao ano durante as principais pandemias ocorridas antes do lançamento da vacina, em 1963.

O sarampo é uma doença muito grave transmitida por um vírus. Os grupos mais vulneráveis são principalmente as crianças menores de 5 anos de idade, pessoas desnutridas e imunodeprimidas. Sua transmissão ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar próximo a pessoas suscetíveis que não estejam vacinadas. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, a caxumba e a rubéola, é a única forma de prevenir a ocorrência destas doenças na população, e é comprovadamente eficaz.

O ressurgimento do sarampo nos últimos anos é um fenômeno global. A doença é de notificação compulsória, e de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até o mês de agosto deste ano, um total de 38.058 casos ocorreram nos dez países com o maior número de registros (Nigéria, Índia, Libéria, Etiópia, Paquistão, Afeganistão, República Democrática do Congo, Camarões, Indonésia e Sudão).

Nas Américas, em 2022, o Brasil é o país com o maior número de casos, 43 até o início de outubro, seguido dos Estados Unidos, com 24. Dentre os casos registrados no Brasil, 31 aconteceram no Estado do Amapá, oito no estado de São Paulo, dois no Rio de Janeiro e dois no Pará. Na cidade de São Paulo, foram cinco casos, em comparação com sete casos ao longo de todo o ano de 2021.

Brasil chegou a eliminar a doença
O Brasil recebeu a certificação da eliminação do vírus em 2016, o primeiro ano em que não registrou casos de sarampo. O ano de 2017 também foi livre da doença, mas, com a cobertura vacinal em queda, em 2018 foram confirmados 9.325 casos, que aumentaram para 20.901 em 2019, quando o país perdeu a certificação de “País livre do vírus do sarampo”. Em 2020 foram confirmados 8.448 casos, seguidos de 676 em 2021.

A queda na cobertura vacinal em muitos países é determinante para esse ressurgimento do sarampo, pois, além de “viajar” pelo mundo cada vez mais globalizado, o vírus encontra pessoas suscetíveis, na medida em que não receberam a imunização. “Este é um vírus com alta taxa de transmissibilidade, ou seja, uma pessoa infectada pode levar o vírus para até 18 pessoas suscetíveis, portanto proteger as crianças através da vacinação é prioritário”, lembra a coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, Mariana de Souza Araújo. Ela informa que a cobertura vacinal na cidade no mês de setembro de 2022 é de 84,19%. A recomendação do Ministério da Saúde (MS) é de 95%.

A vacina tríplice viral é aplicada aos 12 meses e aos 15 meses de idade. Pessoas nascidas a partir de 1960 e que nunca receberam o imunizante também podem ser imunizadas. A vacina está disponível em todas as 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de segunda a sexta-feira, e nas Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) UBSs Integradas aos sábados, sempre das 7h às 19h.

Os endereços de todos os equipamentos de saúde da capital estão disponíveis na página Busca Saúde.