Em janeiro deste ano, o Hospital Municipal Maternidade-Escola Vila Nova Cachoeirinha Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva foi destaque na mídia pelo nascimento de quíntuplos. Depois de 30 anos na unidade, que neste mês completa meio século, a médica neonatologista Solange Paiva Bueno, 60 anos, esteve nos bastidores desse e de muitos outros partos lá. “Entrei aqui como residente e nunca mais saí”, conta a atual coordenadora médica da unidade neonatal da maternidade, na zona norte da cidade.

Cursar medicina era um sonho da jovem, que aos 18 anos se mudou da pequena cidade de Santa Rita do Passa Quatro, interior de São Paulo, para Minas Gerais, onde foi aluna da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIT). Quando terminou o curso, ela optou por fazer a residência em São Paulo, na pediatria do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus. Fez a especialização em neonatologia no Cachoeirinha e foi amor à primeira vista. “Me apaixonei pelo trabalho logo que cheguei aqui. Gostei do local, do atendimento humanizado que acolhe as famílias de forma integral”, argumenta.

A médica se apaixonou pela neonatologia no hospital e maternidade Vila Nova Cachoeirinha (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi então que Solange resolveu fazer um concurso da Prefeitura de São Paulo e conquistou a vaga de plantonista na maternidade. Construir a carreira no hospital, que é referência nacional em saúde da mulher e recém-nascido, enche a médica de orgulho e a motivou ao longo de todos esses anos em que esteve também em situações desafiadoras. “A maior dificuldade nesse trabalho é a perda de um bebê. Não é fácil dar essa notícia aos pais.”

Desde 2010, a médica responde por toda a equipe da unidade neonatal, além de administrar essa área. A equipe liderada por Solange foi responsável por organizar a chegada dos primeiros quíntuplos nascidos na maternidade Cachoeirinha, no início deste ano. “Eles nasceram com apenas 30 semanas, montamos uma equipe individualizada para acompanhar cada um dos bebês desde o parto. Um mês e meio depois, eles tiverem alta e foram para casa cheios de saúde. Essa foi uma experiência muito gratificante”, emociona-se.

Com parte da equipe de residência em pediatria na unidade especializada em saúde da mulher e de recém-nascidos (Foto: Arquivo Pessoal)

Q+

Durante a pandemia, os dias de Solange mudaram. A médica começou a praticar corrida de rua com a filha Sofia e o marido Getúlio. “Aquele era um momento muito difícil, de estresse, aí como podíamos sair para correr sem quebrar o isolamento, foi ótimo. Isso fez tão bem que mantivemos até hoje.”