Dezembro Vermelho: conheça os grupos mais vulneráveis ao HIV

Indivíduos com idades entre 20 e 34 anos correspondem a mais de 50% dos infectados; a melhor maneira de evitar a Aids é por meio da proteção feita com preservativo durante as relações sexuais

Dezembro Vermelho é a campanha que mobiliza a sociedade brasileira e reforça a luta contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla em inglês). Segundo o boletim epidemiológico de HIV/Aids do Ministério da Saúde (MS), de 2007 a junho de 2021, houve 381.693 casos da doença no Brasil, sendo a maior concentração em indivíduos com idade entre 20 e 34 anos, o que representa 52,9% dos registros.

Ainda de acordo com o documento, a maior incidência do vírus HIV acometeu a população masculina. Ao todo foram registrados 266.360 (69,8%) casos em homens e 115.333 (30,2%) em mulheres. Na capital, ações de combate à Aids, como a distribuição gratuita de preservativos e o uso de antirretrovirais na profilaxia pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) foram grandes aliadas na diminuição das taxas de infecção da cidade.

Segundo os dados do último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgado pela Coordenadoria de IST/Aids em parceria com a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), a taxa de novos casos de infeção da doença diminuiu pelo quinto ano consecutivo na cidade de São Paulo. Em 2021, foram registrados 2.351 novos casos de HIV, 37,5% a menos do que no ano de 2016, quando houve 3.761 registros.

Nas pessoas gestantes, pré-natal evita complicações
Um recorte populacional importante de ser avaliado nas infecções de HIV no Brasil são as pessoas gestantes. Se por um lado, nos últimos dez anos – de 2010 a 2020 – houve um crescimento de 30% na taxa de detecção do vírus neste público, por outro observa-se que o levantamento só pôde ser feito porque houve, em todo território, a expansão de programas voltados ao pré-natal das grávidas.

A cidade de São Paulo conta com 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que, por meio da área técnica de Saúde da Mulher, oferecem uma rede de atendimento integral às pessoas gestantes da capital, incluindo exames preventivos, vacinas e o acompanhamento total durante todo o período de gravidez.

O pré-natal realizado nas UBSs permite identificar doenças que já estavam presentes no organismo, evoluindo de forma silenciosa, como o diabetes, doenças do coração, anemias e sífilis, além do vírus HIV. A assistência também detecta eventuais problemas fetais, vários deles passíveis de serem tratados ainda durante o processo gestacional.

Outros públicos
É importante lembrar que a epidemia de HIV é mais concentrada também em homens que fazem sexo com homens (HSH), homens gays, bissexuais, homens e mulheres transexuais, travestis e profissionais do sexo.

Para todos os públicos, a SMS oferece atendimento, acompanhamento e tratamento por meio da Rede Municipal Especializada em IST/Aids, que conta com 27 centros de referência em Aids da capital, sendo 10 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) – um deles itinerante – e 17 Serviços de Atenção Especializada (SAEs).

Neles, pessoas que não convivem com a doença podem realizar o autoteste, assim como pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) podem dar início ou continuar o tratamento. A terapia antirretroviral (Tarv) é feita exclusivamente por meio das unidades SAEs, podendo ser iniciada em um CTA, mas acompanhada no SAE onde há estrutura adequada para a continuidade do atendimento.

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A maneira mais eficaz para evitar a infecção pelo vírus HIV é o uso contínuo de preservativo durante as relações sexuais. O método de barreira é distribuído gratuitamente nos equipamentos de saúde da capital, bem como em ambientes públicos de grande circulação como terminais de ônibus e estações de metrô e trem.

Para saber mais sobre prevenção, cuidados e tratamentos acesso a página do programa Municipal de IST/Aids da cidade de São Paulo.