Gonorreia: infecção sexualmente transmissível tem teste e tratamento na rede pública

Prevenção é feita principalmente por meio do sexo protegido com preservativos, que são distribuídos em unidades de saúde e terminais de transporte público

De acordo com a OMS, mais de um milhão de pessoas adquirem infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) todos os dias no mundo. Só em 2020, a organização estimou em 374 milhões o número de novos casos de ISTs curáveis e evitáveis por meio de cuidados simples como o uso de preservativos nas relações sexuais. Dentre elas, uma das mais recorrentes é a gonorreia, com estimativa de 90 milhões de casos novos ao ano em todo o mundo.

Transmitida por uma bactéria, a Neisseria gonorrheae, a gonorreia atinge tanto homens quanto mulheres, e, quando não tratada, pode gerar uma escalada de problemas que vão da dor e inflamação na uretra (a chamada uretrite gonocócica) à infertilidade nos homens; nas mulheres, a doença pode evoluir de forma assintomática ou causar dor, sangramento e infertilidade, caso não seja diagnosticada e tratada. Os sintomas também podem incluir o reto e a garganta, com dor e alterações na fala (faringite gonocócica).

Além disso, existe o risco de transmissão vertical da doença em caso de gravidez, afetando principalmente a visão do bebê. Caso a bactéria se dissemine na corrente sanguínea, pode causar ainda outras complicações, como dor nas articulações, artrite incapacitante e até mesmo problemas no coração.

Bactérias mais resistentes

A infecção pela gonorreia em homens costuma se manifestar entre um e cinco dias após a relação desprotegida, já em mulheres, na maioria dos casos, não provoca sintomas. Caso perceba sintomas (dor ou ardor ao urinar; saída de secreção purulenta amarelo-esverdeada pela uretra), o indivíduo deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS, CTA ou SAE) mais próxima de seu endereço.

O diagnóstico e o tratamento são feitos por abordagem sindrômica (não há necessidade dos resultados de exames para iniciar a medicação), com o uso de antibióticos em dose única. Nas últimas décadas, no entanto, a prática indiscriminada de automedicação vem provocando o surgimento de cepas cada vez mais resistentes de bactérias, o que significa que tratar a doença hoje pode ser um processo mais complexo do que foi no passado.

Por isso, é importante alertar sobre a importância dos seguintes cuidados:

- usar preservativos externos e internos em todas as relações sexuais, incluindo o sexo anal e oral, para evitar o contágio pela bactéria responsável pela gonorreia; eles são distribuídos gratuitamente em todas as unidades de saúde do município, e também em estações de ônibus e metrô.

- buscar rapidamente assistência médica em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou CTA caso tenha sintomas comumente associados à gonorreia.

- em caso de resultado positivo para a doença, seguir estritamente as orientações médicas nos cuidados e uso de medicamentos.

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