Saiba quais ISTs podem ser prevenidas por vacinas

Consideradas infecções sexualmente transmissíveis, o HPV e a hepatite B integram o Calendário Nacional de Vacinação

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são condições causadas por agentes como vírus, bactérias ou outros microrganismos e transmitidas de pessoa para pessoa, principalmente, por meio do contato sexual oral, vaginal e anal ou ainda por transmissão vertical, de mãe para filho, no caso de mulheres grávidas. O método mais eficaz de prevenção das ISTs continua ser o uso de camisinha externa ou interna. Algumas ISTs, no entanto, também podem ser prevenidas por meio de vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). É o caso do papilomavírus humano (HPV) e da hepatite B.

Vacina contra HPV protege contra quatro sorotipos do vírus

O vírus HPV compreende uma família com muitos subtipos, vários dos quais afetam a região genital, incluindo aqueles responsáveis por desencadear cânceres de colo do útero, vagina, ânus, vulva, pênis e câncer de orofaringe, além de verrugas genitais benignas como o condiloma acuminado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, todos os anos, mais de 500 mil mulheres são diagnosticas com o câncer de colo do útero no mundo, com mais de 300 mil óbitos decorrentes da doença, sendo que os países mais afetados são aqueles mais pobres, onde medidas simples, como o exame Papanicolau, que detecta o problema precocemente, não chegam à maior parte das mulheres. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres, com 17.010 casos novos estimados para 2023.

A melhor maneira de prevenir o HPV é ser vacinado antes de iniciar a atividade sexual. A vacina está disponível na rede municipal de saúde para meninos e meninas dos 9 aos 14 anos e também para homens e mulheres imunossuprimidos de até 45 anos. Ela protege contra quatro tipos do vírus: os 16 e 18, de alto risco para o desenvolvimento de cânceres, além dos tipos 6 e 11, causadores de verrugas genitais benignas como o condiloma acuminado.

Silenciosa, hepatite B pode levar a cirrose hepática

A hepatite B é uma infecção viral que se desenvolve de modo silencioso, que prejudica o funcionamento do fígado e, ao longo do tempo, se não for tratada, lesiona consideravelmente os tecidos do órgão. Transmitida por meio de sangue e fluidos corporais, é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), uma vez que a transmissão mais comum é a sexual.

Além disso, a doença também pode ser passada de mãe para filho durante a gestação e no momento do parto. Neste caso, as chances de o bebê contrair a hepatite B chegam a 90% se a gestante não realizar o tratamento adequado e os cuidados com o recém-nascido. Uma vez que atinja o fígado e se torne crônica, a doença requer tratamento pelo resto da vida.

A vacinação, associada ao uso de preservativo durante as relações sexuais, é a forma mais eficaz e segura de prevenir a doença. Por isso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) reforça a importância da prevenção, por meio da vacina que está disponível nas Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas e Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

O ideal é que os recém-nascidos recebam a primeira dose de preferência nas primeiras 12 horas de vida ou na primeira visita ao centro de saúde em até 30 dias. Depois, o esquema vacinal terá continuidade com a aplicação da vacina pentavalente em três doses, com intervalo de 60 dias entre elas. Para quem tem a partir de cinco anos de idade e não possui comprovação vacinal, incluindo adultos, o esquema de imunização é constituído por três doses da vacina, com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda dose e de 180 dias entre a primeira e a terceira dose.

A localização de todos os equipamentos da rede municipal de saúde está disponível na plataforma Busca Saúde.