OMS estabeleceu data para abordar doenças tropicais negligenciadas

Dia 30 de janeiro lembra de patologias infecciosas relacionadas a condições socioeconômicas, como dengue, hanseníase, doença de Chagas, leishmaniose e outras

No calendário da saúde, o dia 30 de janeiro é dedicado às doenças tropicais negligenciadas, um termo usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para designar uma série de patologias causadas por agentes infecciosos e consideradas endêmicas em populações de baixa renda. A data, estabelecida em 2020, tem o objetivo de alertar para a necessidade de combate a essas doenças, o que inclui o desenvolvimento de novas ações preventivas e novos medicamentos.

Estão nesta lista da OMS doenças como dengue, hanseníase, úlcera de Buruli, doença de Chagas, cisticercose, dracunculíase (doença do verme da Guiné), equinococose, fasciolíase, tripanossomíase africana (doença do sono), leishmaniose, filaríose linfática, oncocercíase (cegueira dos rios), raiva, esquistossomose, parasitoses, tracoma e bouba. A OMS estima que 1,5 bilhão de pessoas em cerca de 150 países de todos os continentes sofram em decorrência das suas consequências, e que juntas elas causem até um milhão de mortes anualmente.

No Brasil, ainda estão presentes várias destas doenças, como dengue, hanseníase, tracoma, doença de Chagas, esquistossomose, leishmaniose e filariose linfática. Só no caso da dengue, de acordo com último boletim do Ministério da Saúde (janeiro de 2023), foram registrados no ano passado mais de 1,4 milhão de casos prováveis em todo o país, um aumento de 162,5% em relação a 2021, com 1.016 óbitos.

Ações na capital

Na cidade de São Paulo, foram confirmados 11.924 casos de dengue em 2022. Para realizar o controle, que depende essencialmente da eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, a Secretaria Municipal da Saúde promoveu, ao longo de todo o ano, por meio Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), mais de cinco milhões de ações de prevenção em todas as regiões da cidade, e mantém uma equipe de dois mil profissionais trabalhando continuamente nas atividades de controle de arboviroses, incluindo a dengue.

Em relação à hanseníase, doença transmissível que possui tratamento integralmente realizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a SMS intensificou as ações de conscientização, busca ativa em diagnóstico neste mês de janeiro, como parte da campanha Janeiro Roxo, voltada ao combate à doença. Em 2022, no município de São Paulo, foram diagnosticados 111 casos de hanseníase até 23 de dezembro, mesmo número registrado em 2021.

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