Medidas de prevenção contra escorpiões são essenciais para evitar acidentes no verão

Estes artrópodes possuem hábitos noturnos e se reproduzem na primavera e verão; durante o período de chuvas procuram lugares secos para se abrigar, normalmente, as casas

O verão é a estação do ano mais favorável para a proliferação dos animais sinantrópicos, também conhecidos como pragas urbanas. Baratas, ratos, mosquitos, escorpiões e pombos são alguns exemplos que se adaptaram a viver junto ao homem. Eles podem trazer uma série de riscos para a saúde dos seres humanos, pois são capazes de transmitir doenças ou pelo fato de serem venenosos.

O escorpião, por exemplo, é um animal peçonhento capaz de causar acidentes fatais com apenas uma picada. O quadro clínico do envenenamento pode variar, uma vez que depende de diversos fatores como: a espécie do escorpião, a quantidade de veneno inoculado e a idade. Crianças e idosos são os mais sensíveis ao veneno.

Algumas espécies têm fácil adaptação em ambientes urbanos. Na cidade de São Paulo, os escorpiões do tipo marrom e amarelo são os mais comuns. Eles costumam se reproduzir na primavera e verão, quando se tornam mais ativos. Possuem hábitos noturnos e se abrigam, geralmente, em locais úmidos e escuros tais como bueiros, esgotos, entulhos, materiais de construção, e outros. O período de chuva faz com que seus abrigos fiquem inundados deslocando-os em busca de lugares mais secos, chegando, assim, às residências. Dessa forma, é essencial adotar algumas medidas para evitar condições propícias ao abrigo e proliferação deles. São elas:

• manter a tampa dos ralos internos na posição fechada (abrir apenas para limpeza e enquanto estiver em uso);
• colocar telas milimétricas nos ralos na área externa;
• vedar frestas nos muros, paredes e pisos;
• vedar a soleira das portas com rodinho ou rolinhos de areia;
• não acumular entulho ou materiais de construção;
• verificar se os espelhos de luz e pontos de fiação elétrica não apresentam frestas e vãos;
• acondicionar o lixo em recipientes fechados;
• manter a limpeza de jardins, sem acúmulo de folhas;
• providenciar a limpeza e corte do mato em terrenos.

Vale destacar que nas residências, eles podem se esconder atrás de quadros e guarda-roupas, além de dentro de calçados e entre vestimentas, toalhas e roupas de cama. Para evitar acidentes, confira as dicas abaixo:

• examine roupas e calçados antes de usá-los;
• mantenha cama, sofás, berços afastados da parede;
• mantenha lençóis, cobertores, cortinas sem contato diretamente com o chão;
• use luvas grossas ao manusear materiais de construção, na limpeza de jardins ou outros materiais que possam servir de abrigo para escorpiões.

Veja que fazer em caso de picada:
• lave o local com água e sabão;
• não use garrote, não corte ou perfure ao redor da lesão;
• mantenha-se o mais calmo possível;
• procure atendimento médico imediatamente;
• se possível, leve o animal ou foto dele para identificação.

Na cidade de São Paulo, a Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) é responsável pela vigilância de doenças e agravos transmitidos tanto por animais sinantrópicos e vetores quanto domésticos, como cães e gatos. A divisão, juntamente com a Divisão de Vigilância de Zoonoses (DVZ), integra a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). 

Em caso de acidentes com escorpiões, indivíduos adultos devem ser encaminhados à unidade de saúde mais próxima, informando ao médico sobre o ocorrido. Tratando-se de crianças e adolescentes de até 14 anos devem ser encaminhados com urgência a um dos hospitais de referência neste tipo de atendimento.