Saúde alerta sobre consequências da gravidez na adolescência

Na Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, de 1 a 8 de fevereiro, a rede municipal de saúde reforça as iniciativas para oferecer atenção integral a este público

A gravidez durante a adolescência está correlacionada a múltiplos fatores e, por vezes, exige esforços de distintos setores públicos, como as áreas da saúde e educação, além dos demais setores da sociedade civil.

Nos contextos de maior vulnerabilidade social, entre as consequências da gravidez na adolescência estão a evasão escolar, com a redução das perspectivas de inserção no mercado de trabalho e a constituição de um projeto de futuro muito limitado. Gravidez gemelar, infecções durante e após o parto, risco de cesariana de urgência e abandono do recém-nascido são outros riscos envolvidos.

Redução da gravidez na adolescência é meta da ONU
Por isso, a redução e prevenção da gravidez na adolescência é uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e também da Estratégia Global para mulheres, crianças e adolescentes 2016-2030, lançada pela organização; sendo a semana de 1 a 8 de fevereiro instituída como a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência.

Dentro de uma perspectiva preventiva e de atenção integral, o primeiro passo é conscientizar as adolescentes sobre as consequências de uma gravidez não planejada para si, para o bebê e para a família e, uma vez que a gravidez ocorra, a preocupação é que a gestante adolescente tenha uma gravidez saudável, contando com uma rede de cuidado e proteção com ela e o bebê, garantindo apoio a necessidades como a permanência na escola, o apoio da comunidade, da família e do adolescente pai.

No município de São Paulo, os serviços de Saúde, Educação e Assistência Social atuam de forma intersetorial com o objetivo de oferecer aos adolescentes informações confiáveis, além de meios e métodos para que planejem e vivenciem com segurança a sua vida sexual e sua saúde reprodutiva por meio da tomada de decisões responsáveis.

UBSs estão preparadas para receber, orientar e acompanhar adolescentes
Na Secretaria Municipal da Saúde (SMS), várias ações são desenvolvidas durante todo o ano pela Coordenadoria de Atenção Básica (CAB), em um esforço conjunto das áreas da Saúde da Criança e do Adolescente e da Saúde da Mulher, por meio de iniciativas como o Programa Saúde na Escola (PSE), desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (SME).

Os números de casos de gravidez adolescente registrados na cidade de São Paulo nos últimos anos refletem o resultado destes esforços: eles caíram 52% na faixa etária dos 10 aos 14 anos de idade entre 2016 e 2021, e 42% entre adolescentes de 15 a 19 anos. Em 2016, 691 meninas com menos de 15 anos ficaram grávidas; em 2021, foram 335. Entre as adolescentes de 15 e 19 anos, o número de gestações caiu de 19.684 para 11.287.

Métodos contraceptivos de longa duração fazem parte da estratégia em saúde
Nas 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que são a porta de entrada para a rede municipal, as consultas ginecológicas são oferecidas para meninas em todas as idades. “Em cada faixa etária existem orientações e acompanhamento do desenvolvimento físico, caracteres sexuais que culminando na primeira menstruação, início da vida sexual e ciclo gravídico puerperal das adolescentes atendidas na rede municipal de saúde”, reforça Sonia Raquel Leal, assessora da Área Técnica da Saúde da Mulher.

A SMS disponibiliza métodos contraceptivos não hormonais e hormonais como o preservativo masculino e feminino, pílula combinada, minipílula, injetável mensal/trimestral e também os de Longa Ação (entre 3 a 10 anos de duração ) como o implante subdérmico (Implanon R) e o dispositivo intrauterino (DIU). Vale ressaltar que a distribuição dos preservativos masculino e feminino é livre, visando a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e os demais métodos são ofertados sempre após consulta ginecológica e com indicação do especialista.

Para prevenir o papilomavírus humano (HPV), vírus responsável por desencadear cânceres de colo do útero, vagina, ânus, vulva, além de verrugas genitais, a SMS disponibiliza ainda a vacina contra o HPV para crianças e adolescentes de ambos os sexos com idade entre 9 e 14 anos.

Veja aqui mais informações sobre o fluxo de atenção à gravidez na adolescência no município de São Paulo.

Para consultar a UBS mais próxima, basta acessar a plataforma Busca Saúde.