Campanha Fevereiro Roxo promove conscientização sobre Alzheimer, lúpus e fibromialgia

Doenças não têm cura, mas com acompanhamento médico e tratamento adequado é possível melhorar a qualidade de vida dos pacientes

A campanha Fevereiro Roxo tem o objetivo de conscientizar a população sobre o Alzheimer, lúpus e fibromialgia, três doenças que, embora sejam diferentes, comprometem a qualidade de vida das pessoas que convivem com elas. Não há cura até o momento, mas com acompanhamento profissional e tratamento especializado é possível minimizar os danos e aumentar o tempo das capacidades funcionais dos pacientes.

Conheça mais sobre cada doença, tratamentos e prevenção:

Alzheimer

É uma doença neurodegenerativa crônica que acomete com maior frequência pessoas idosas, sendo caracterizado pela perda progressiva das funções cognitivas, alterações de comportamento e de personalidade que interferem na capacidade de trabalho e nas relações sociais. A causa é desconhecida, mas estudos apontam questões genéticas e estilo de vida como fatores que contribuem para o surgimento da condição.

O Alzheimer costuma evoluir de forma lenta e progressiva. O primeiro sintoma a ser percebido é a falta de memória para fatos recentes, e com o passar do tempo outros sintomas vão surgindo como:

• repetição da mesma pergunta várias vezes;
• dificuldade para realizar tarefas diárias;
• irritabilidade;
• agressividade;
• perda de interesse pelas atividades;
• interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos;
• insônia;
• dificuldade para comer e deglutir;
• incontinência urinária e fecal;
• tendência ao isolamento.

A partir do diagnóstico, a sobrevida média oscila entre 8 e 10 anos. No entanto, o tratamento consiste em retardar a evolução e preservar por mais tempo possível as funções intelectuais e executivas. Os melhores resultados são obtidos quando o acompanhamento é iniciado nas fases mais precoces.

Proporcionar um ambiente seguro e tranquilo, alimentação saudável, atividade física e terapias cognitivas são alguns dos cuidados que contribuem para a retardar o agravamento das complicações cerebrais do paciente e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dele.

A Doença de Alzheimer é considerada um fator de fragilidade funcional e, a partir do encaminhamento pela Unidade Básica de Saúde (UBS), o paciente recebe o encaminhamento para especialidades na rede municipal como por exemplo a Unidade de Referência em Saúde do Idoso (Ursi), onde é atendido por equipe multiprofissional formada por médico, enfermeiro, assistente social, nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, cirurgião dentista, fisioterapeuta, educador físico e farmacêutico, além de profissionais de nível médio, para diagnóstico, tratamento e acompanhamento compartilhado com a UBS.

Além disso, as equipes do Programa Acompanhante de Idosos (PAI) e do Programa Melhor em Casa também atendem pessoas idosas com Alzheimer em situação de vulnerabilidade social e pacientes acamados que necessitam de atendimento domiciliar.

Lúpus

É uma doença de origem autoimune, ou seja, ocorre quando o sistema imunológico ataca órgãos e tecidos do corpo ao invés de desempenhar o seu papel de protegê-los. A doença inflamatória crônica, também conhecida como lúpus eritematoso sistêmico (LES), é reconhecida em dois principais tipos: cutâneo, quando se manifesta na pele, e sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

Os sintomas aparecem lentamente, mas são contínuos e variam em fases de atividade e remissão. São eles:

• lesões de pele, sendo que as mais características são avermelhadas em maçãs do rosto e dorso do nariz;
• sensibilidade ao sol;
• queda de cabelo;
• febre;
• dor e inchaço, principalmente nas articulações das mãos, joelhos e pés;
• inflamação no rim, pleura ou pericárdio (membranas que recobrem o pulmão e coração);
• desânimo;
• cansaço;
• perda de peso;
• falta de apetite;
• falta de ar;
• palpitações;
• alterações de humor;
• inchaço nas pernas;
• pressão alta;
• diminuição do volume de urina;
• alterações no sangue.

A causa do lúpus ainda é desconhecida, mas sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais contribuem para seu desenvolvimento. O diagnóstico é feito com base no reconhecimento médico dos sintomas relacionados à doença, além do conjunto de alterações clínicas e laboratoriais.

O tratamento da doença é individualizado, uma vez que depende do tipo de manifestação apresentada por cada quadro. O intuito é controlá-la, de forma a minimizar os efeitos colaterais e proporcionar uma melhor qualidade de vida para os pacientes. Por ser uma doença crônica, é importante manter o acompanhamento médico contínuo e o uso de medicamentos receitados pelo profissional.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acompanhamento e tratamento para pacientes com lúpus. Diante da suspeita da doença, as pessoas devem procurar uma UBS. A partir daí, se for o caso, ele será encaminhado ao especialista.

Fibromialgia

Mais comum em mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos de idade, a fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dor muscular generalizada e afeta 2,5% da população mundial, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

Além da dor, o paciente pode ter a percepção de que o sono não é reparador, sentir cansaço constante, ter alterações na concentração e humor, ansiedade e depressão. Embora não haja cura, com o tratamento adequado é possível aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

No entanto, vale destacar que a fibromialgia pode aparecer em indivíduos que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus, o que, muitas vezes, dificulta uma completa melhora destes pacientes.

Ainda não foi descoberta uma causa específica para surgimento da fibromialgia, porém estudos mais recentes apontam que a causa está relacionada com a ativação do sistema nervoso central, que emite os estímulos para o cérebro da pessoa que sofre com a fibromialgia, fazendo com que os sintomas se intensifiquem e o paciente sinta mais dor.

O diagnóstico é clínico, realizado a partir do histórico médico, exames físicos e laboratoriais. Já o tratamento consiste em aliviar os sintomas do paciente, que pode ser submetido a uma reeducação de condicionamento físico, relaxamento muscular, ações terapêuticas e até mesmo medicamentos e antidepressivos.

Em caso de suspeita, é indicado buscar atendimento na UBS mais próxima da sua residência e, se for necessário, a unidade fará o encaminhamento para a rede especializada.

A localização de todos os equipamentos da rede municipal pode ser consultada na plataforma Busca Saúde.