Data lembra que álcool e drogas são ameaças à saúde pública

No Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo, Saúde ressalta a importância de buscar ajuda; entre os equipamentos do município, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Álcool e Drogas funcionam em regime de portas abertas

O Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo, 20 de fevereiro, é dedicado à prevenção e conscientização sobre os danos provocados à saúde pelo uso de substâncias, tanto lícitas quanto ilícitas, que provocam dependência química.
Embora com diferentes modos de ação e de evolução para a adicção, são consideradas drogas tanto substâncias lícitas como as bebidas alcoólicas e o cigarro, quanto aquelas ilícitas, mais comumente associadas ao termo, como cannabis, cocaína, heroína, crack, além de medicamentos com várias funções usados sem prescrição e com fins recreativos.

O Relatório Mundial sobre Drogas, elaborado anualmente pelo Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODC), apontou, em sua última edição (2022), que em 2020 cerca de 284 milhões de pessoas com idades entre 15 e 64 anos usaram drogas em todo o mundo, um índice 26% maior que aquele encontrado dez anos antes. Isso representa um potencial de impacto devastador em relação à saúde e às condições socioeconômicas destas pessoas e suas famílias.

Um dos alertas do relatório é de que os jovens estão usando mais drogas, muitas vezes em níveis acima aos das gerações anteriores, sendo que em países pobres e em desenvolvimento as pessoas com menos de 35 anos representam a maioria em tratamento devido ao uso de drogas. Por tudo isso, a dependência de drogas é considerada uma doença e uma questão de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dados do Brasil
No Brasil, em relação às chamadas drogas lícitas, o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde (MS) apontou que, em 2021, o índice médio de adultos fumantes era de 9%, enquanto chegou a 18,3% o percentual de adultos que afirmaram ter consumido quatro ou mais doses de bebida alcoólica em uma mesma ocasião nos últimos 30 dias.

Entre as drogas ilícitas, o III Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, publicado em 2017 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), apontou que as mais consumidas no país são a maconha e a cocaína, com 7,7% e 3,1% dos participantes do levantamento (17 mil pessoas de todo o país com idades entre 12 e 65 anos) afirmando que haviam consumido estas substâncias pelo menos uma vez na vida.

Veja mais sobre os riscos relacionado a cada substância.

Cigarro: é considerado a principal causa de morte evitável no mundo, com aproximadamente oito milhões de óbitos por ano no mundo, de acordo com a OMS, sendo causador de cerca de 50 tipos de doenças, principalmente as cardiovasculares, respiratórias e câncer.
• Álcool: provoca cirrose hepática, distúrbios mentais e comportamentais.
Maconha: gera problemas respiratórios, agrava quadro em transtornos psicóticos e contém substâncias cancerígena (benzopireno).
• Crack: impacta negativamente o sistema nervoso central e cardíaco.
• Cocaína: causa danos ao sistema cardiovascular.
• Anfetaminas: altera o psíquico, gera traumas cerebrais e eleva o risco de convulsões e overdose.
• LSD: gera distúrbios visuais, paranoia e mudanças de humor.
• Ecstasy: desencadeia rigidez muscular, depressão, problemas de memória e sensações de fadiga mental e física.
• Heroína: além de ser altamente viciante, pode alterar a estrutura física e fisiológica do cérebro; também aumenta a chance do contágio de doenças transmitidas pelo sangue, como HIV/Aids e hepatites, por conta do compartilhamento de agulhas.
Caps têm unidades voltadas ao tratamento de álcool e drogas

Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), o atendimento integral às pessoas que sofrem com transtornos decorrentes do consumo de álcool e outras drogas foi estabelecido pela Lei 10.216, de 2001, que que constitui também no marco legal da chamada Reforma Psiquiátrica e deu impulso à implantação da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), da qual fazem parte os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Os Caps são equipamentos inseridos na comunidade e com papel central na proposta de atendimento integral em saúde mental. No caso de pacientes com transtornos relacionados a álcool e drogas, o direcionamento para o acolhimento e tratamento é feito para os Caps Álcool e Drogas (AD), que dispõem de equipe multidiscliplinar para o encaminhamento de cada caso e para a elaboração de um Projeto Terapêutico Singular (PTS), em conjunto com outros equipamentos, como as UBSs.

Tabagismo
No caso do cigarro, o SUS oferece tratamento totalmente gratuito para quem deseja parar de fumar, por meio do Programa Cessação de Tabagismo. Para ter acesso ao programa, basta procurar uma UBS, levar a identidade e inscrever-se. O atendimento oferecido nas unidades inclui desde a avaliação clínica até terapia medicamentosa, se houver necessidade.

O tratamento para eliminar a dependência pelo cigarro contempla encontros semanais. São três meses de atendimento e um ano de acompanhamento. As sessões podem ser organizadas em grupo ou individuais, coordenadas por profissionais de saúde de nível superior e uma equipe multiprofissional.

A localização dos equipamentos de saúde da capital está disponível na plataforma Busca Saúde.