Médica de família e comunidade na zona norte, Natalia gosta de acompanhar de perto a evolução dos pacientes

A profissional tem uma rotina dedicada ao acompanhamento de famílias, a fim de promover estratégias para melhorar a qualidade de vida dos pacientes

A paulistana Natalia Gonçalves Heleno, de 34 anos, pensava em fazer pediatria quando entrou para a faculdade de medicina, mas logo mudou de ideia porque percebeu que gostava mesmo do atendimento ambulatorial, do contato mais próximo com os pacientes, que a permitisse acompanhar tanto a evolução do estado de saúde quanto os contextos sociais nos quais estão inseridos. O caminho que ela encontrou foi a especialização em medicina da família.

Atualmente, Natalia integra uma das 1.664 equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), que desenvolvem ações a partir do conhecimento sobre a realidade das famílias que vivem na capital. “Gosto muito do que eu faço. É uma satisfação tremenda, é lindo porque você trata e acompanha a melhora do paciente”, conta a médica da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Brasil.

Na imagem, a médica Natália Gonçalves tem cabelos longos, está um jaleco branco e com um estetoscópio em volta do pescoço. Ela está sorrindo para a foto.

A escolha pelo atendimento ambulatorial definiu a trajetória da profissional (Foto: Arquivo Pessoal)

O serviço oferecido pela rede municipal tem como objetivo promover o acesso aos serviços médicos e ambulatoriais, mas ao mesmo tempo estabelecer vínculos entre equipe e paciente e, assim, aumentar a capacidade resolutiva da saúde. O médico da família tem uma rotina muito diferente dos demais, segundo a profissional, sobretudo porque ele vai à casa do paciente acamado ou que tem alguma restrição para ir até a UBS. Natalia conhece as necessidades dos que acompanha. Ela e os colegas de equipe recebem as informações levantadas pelo agente comunitário de saúde (ACS), que mora na região na qual trabalha. “O ACS traz essa demanda para a gente saber o que está acontecendo naquele núcleo, na residência”, conta a médica. A partir daí, se providencia o atendimento ambulatorial compartilhado, na residência da pessoa, com a enfermeira. Essa visita inclui a coleta de exames, se necessário. Foi assim que descobriu, por exemplo, que a dona de casa septuagenária Maria da Paixão precisava de uma receita para os remédios de uso contínuo, que tinham acabado. Passou na casa da paciente com a equipe e, na consulta, atestou que a pressão estava alta. Natalia explicou a importância da continuidade do tratamento e conseguiu reverter a situação.

Alguns atendimentos são na própria UBS, mas há pacientes, especialmente os idosos, que já a procuram diretamente na unidade, marcam consulta, pegam receita para os remédios que acabaram e tiram dúvidas. “Muitos deles querem apenas um minuto de prosa, a gente vira uma família e eles ficam muito agradecidos. Muitas vezes, precisam desse tempo para conversar, porque não têm ninguém e recebemos deles o reconhecimento. Eu me sinto realizada com isso.”

Na imagem, há três pessoas andando na calçada de uma rua, sendo duas mulheres e um homem. As duas mulheres estão usando jaleco e seguram um guarda-chuva rosa. Ao lado delas, um homem usa colete azul.

Natalia e equipe a caminho do atendimento (Foto: Arquivo Pessoal)

Q+

Natalia é apaixonada por organização e sempre que possível arruma os armários, planners e livros. “Não consigo fazer nada se não estiver tudo no lugar”, conta. No tempo livre, a médica gosta de fazer origamis, arte que estimula a concentração, a memória, a criatividade, o desenvolvimento da autoestima, a socialização e a afetividade.