Idosos do PAI Mooca participam de Terapia Comunitária Integrativa (TCI)

Nas rodas da TCI eles têm um espaço de troca para expor seus medos e aflições; prática auxilia na saúde mental e mesmo na detecção de eventuais problemas físicos que necessitem de atenção

Implantada na rede municipal de saúde como parte das Práticas Integrativas Complementares (PICs), a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) está presente em vários equipamentos de saúde da capital, na forma de rodas abertas a todos na comunidade: mulheres, homens, crianças, jovens, adultos, idosos.

É este último público que está no foco das rodas promovidas desde setembro do ano passado pelo Programa Acompanhante de Idosos (PAI) Mooca. Uma vez por mês, idosos que integram o programa, seus familiares e também seus acompanhantes de Idosos do PAI têm um encontro marcado na Unidade de Referência de Saúde do Idoso (Ursi) do bairro.

“A proposta do PAI é estender e estimular a autonomia dessas pessoas por meio de ações de prevenção e da manutenção de uma vida ativa, e nesse sentido a TCI desempenha um papel importante, pois sua estrutura horizontalizada, onde todos podem compartilhar suas experiências e vivências sem julgamentos, veio de encontro a uma enorme carência destas pessoas, de serem ouvidas”, comenta a Dra. Lilian de Fátima Costa Faria, que é assessora da Área Técnica de Saúde do Idoso da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), médica geriatra da equipe do PAI Mooca e responsável pela mediação das rodas que ocorrem na Ursi.

Medos vão da solidão à violência

Segundo Lilian, as questões que afligem os idosos passam pela ansiedade, medos e tristeza. “Os participantes, em sua maioria, são mulheres com mais de 75 anos, que têm medo da solidão, de perder a autonomia e também da violência, que pode acontecer de várias formas, algumas veladas; muitas continuam sobrecarregadas, preocupadas não apenas com as suas questões, mas também com questões práticas e financeiras de entes como os filhos e netos”.

Se por um lado a troca realizada pelo grupo e mesmo a simples escuta dão alívio às aflições dos idosos, por outro lado o treinamento da mediadora, juntamente com sua experiência em saúde, permitem perceber os casos que necessitam um suporte específico e individual, seja em questões relacionadas à saúde física, mental ou que necessitem ser abordadas pelo Núcleo de Prevenção à Violência. Os NPVs funcionam em todos os equipamentos de saúde da capital e se estruturam de forma multidisciplinar para acolher vítimas de violência, sejam elas crianças, mulheres, idosos ou qualquer outro perfil.

Como terapeuta comunitária, Lilian conta que também vem aprendendo muito com as rodas de conversa. “Me emociono sempre que nos encontramos, e muitas vezes com as pessoas mais humildes, que são as que costumam demonstrar mais força e resiliência diante das dificuldades e perdas significativas em suas vidas”.

A terapia Comunitária Integrativa (TCI) do PAI Mooca acontece sempre na última quinta-feira do mês, às 14h, na Ursi Mooca (Rua Marina Crespi, 91).

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