Cosap alerta para responsabilidade na adoção de pets

Animal não é objeto, não é presente; a ausência de reflexão sobre as implicações de ter um pet em casa gera transtorno de comportamento, maus tratos e abandono

A relação homem-animal tem passado por grandes transformações nos últimos anos. O animal que no passado tinha acesso restrito aos quintais, hoje tem total acesso à casa e muitas vezes até a cama dos tutores. Cães guias, animais de apoio emocional, de companhia, membros da família. Um novo status para cães e gatos que ganharam de vez o coração dos brasileiros.

De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentado em 2015, há mais cães do que crianças nos lares brasileiros: de cada 100 famílias no país, 44 criam cachorros, enquanto só 36 tem crianças.

Embora crescente, essa busca pelo melhor amigo deve ser consciente e pautada pelas normativas da guarda responsável, afinal, garantir a saúde física e mental, a segurança e o bem-estar do novo membro da família é responsabilidade do tutor.
Nesse sentido, é importante entender que animais não são objetos, que são seres vivos e sencientes, com necessidades emocionais e físicas, que requerem cuidados e atenção permanentes, que trazem muito amor, mas também gastos e que não podem, em hipótese alguma, serem abandonados quando adoecem ou envelhecem, antecede a decisão de levar uma animal para a casa.

Dentro desta perspectiva, ganha força o alerta de especialistas e defensores de animais sobre os riscos de “dar” um animal como se fosse um presente, especialmente para crianças. Se é um ato que exige consciência, entregar uma vida para alguém que não analisou todos os aspectos de tamanha responsabilidade é insensato.

A questão não é banal: a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados (10 milhões de gatos e 20 milhões de cães Certamente boa parte destes animais foi adquirida sem a necessária reflexão sobre a responsabilidade implicada neste ato.

“Muitas pessoas pensam em dar um animal de presente, mas normalmente é por impulso; é normal que crianças vejam pets como se fossem brinquedos, mas cabe aos adultos deixar claras as responsabilidades envolvidas na vinda de um animal para casa, um animal que irá viver por dez, 15 anos”, diz Leda Maria Ponti médica veterinária da Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal (Cosap). “É preciso ter a noção de que você está lidando com uma vida, e uma vida longa; esse animal vai comer, fazer xixi, vai precisar passear, ter um lugar adequado, receber cuidados veterinários permanentes”, acrescenta.

A adoção de animais é um dos pilares de atuação da Cosap. Atualmente as instalações da coordenadoria abrigam cerca de 100 cães e gatos que aguardam adoção. “O alojamento municipal não é um lar definitivo, ao contrário, a estadia deve ser de curta permanência. Esses animais precisam de amor, de companhia, de famílias amorosas e responsáveis”, lembra a coordenadora da Cosap, Analy Xavier.

Todos os animais para adoção na Cosap são castrados, vacinados, vermifugados, identificados por microchip e possuem Registro Geral do Animal (RGA), conforme Lei Municipal nº13.131/01.

Veja mais na página da Cosap.