Leda Maria Ponti Schoendorfer é uma médica veterinária apaixonada por gatos e foi esse amor que a levou à escolha pela profissão. Atualmente responsável pelo Centro Municipal de Adoção de Cães e Gatos, na Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal Doméstico (Cosap), ela é tutora de quatro gatos adotados no trabalho, onde promove a guarda responsável. Neste mês, a campanha Abril Laranja conscientiza a respeito desse assunto, que para a profissional da Saúde é um propósito. Formada pela Universidade de São Paulo (USP), Leda, 64 anos, é natural de Campinas, mas sempre morou na capital. Com uma trajetória de 35 anos na Prefeitura Municipal de São Paulo, começou a trabalhar no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em 1987, e já integrou o Núcleo de Vistoria Zoosanitária (NVZ) e o antigo setor de gatos, onde implantou o CED (captura, esterilização e devolução) de gatos ferais (que não convivem com humanos), mas atualmente dedica-se aos pets que a Cosap mantém para a adoção.

Na mesa de trabalho, a paixão da veterinária pelos gatos fica evidente (Foto: Divulgação/SMS)

Os dias de Leda começam cedo na zona norte da cidade, onde fica o centro municipal de adoção de animais. Assim que chega, a primeira tarefa dela é cumprimentar e dar carinho a cada um dos animais sob sua responsabilidade, avaliar o comportamento, a saúde e o bem-estar deles. O local recebe os munícipes interessados em encontrar um amigo de patas, é aí que o trabalho de Leda começa. Ela é responsável pelo centro de adoção e participa das entrevistas de triagem dos candidatos a tutores dos animais, tarefa essencial para a concessão da guarda de acordo com as premissas da Cosap.

A emoção de ver os pets ganharem um lar

Quando chegam ao centro de adoção, muitos candidatos já têm um animal com o qual simpatizaram antes, na galeria de fotos dos pets para adoção, no site da Saúde. Leda, então, os recebe para uma conversa e faz a triagem na qual avalia o perfil para saber se é compatível com o do animal previamente escolhido. Se combinar, a pessoa que quer ser tutora é levada para interagir com o animal. Nessa etapa, há também a vistoria residencial, uma avaliação do futuro lar que receberá o pet. Leda analisa tamanho do espaço, considerando o porte e a personalidade do animal. A segurança também é levada em conta, como telas de proteção e prevenção de fugas. Durante a entrevista, Leda gosta de frisar todas as situações adversas possíveis, principalmente se o animal for um filhote. Dessa forma, ela garante que a taxa de devolução pós adoção seja baixa. “A gente realiza aqui um trabalho minucioso, exatamente para garantir que o animal tenha uma vida muito longa e feliz com o tutor”, reforça.

A médica veterinária acompanhando a saúde de um dos seus assistidos, na Cosap (Foto: Divulgação/SMS)

Além disso, também existe todo um processo do pós-adoção, no qual o tutor continua em contato com a equipe da Cosap, que acompanha a fase de adaptação do animal com a nova família e vice-versa. Para Leda todas as adoções são especiais, até porque se apega aos animais sob seus cuidados. Todo mundo ali torce e se emociona quando um deles ganha um lar. Foi assim com um cão já bastante idoso, o Coff, que havia passado a vida inteira no centro de adoção. “Ele nunca teve uma família, um sofá para dormir. Apesar de nós darmos todo carinho e cuidado, não era a mesma exclusividade que uma família proporciona”, explica. “Ele estava aqui há pelo menos dez anos e, quando a pessoa chegou para conhecê-lo, que viu o jeitinho dele, se apaixonou! Finalmente ele teve a oportunidade de viver os últimos anos em um lar.”

Q+
No tempo livre, Leda ama estar com os animais em casa e na natureza. Ela tem dois hobbies: aquarismo e observação de pássaros. Mantém um aquário, onde gosta de acompanhar a reprodução e o desenvolvimento dos peixes, e participa de grupos dedicados às aves. “É terapêutico ficar horas observando o comportamento dos pássaros na natureza.”