Hipertensão arterial: silenciosa e perigosa

Doença, lembrada no 26 de abril, pode levar a problemas cardíacos, renais e oftalmológicos, e precisa ser tratada pelo resto da vida; manter hábitos saudáveis de vida ajudam a prevenir a condição

Por ter uma evolução silenciosa e estar em boa medida associada a fatores como hábitos de vida, a hipertensão (ou hipertensão arterial sistêmica ou ainda pressão alta) é hoje uma realidade para milhões de pessoas no Brasil e ao redor do mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1,28 bilhão de pessoas entre 30 e 79 anos sejam hipertensas no mundo, enquanto no Brasil a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) aponta o percentual de adultos hipertensos em 30%, muitos não diagnosticados.

O quadro hipertensivo, depois de instalado, requer tratamento crônico, pois, ao contrário do que se possa imaginar, a hipertensão é uma doença perigosa quando não tratada de forma corretamente: aumenta significativamente o risco de doenças cardíacas, cerebrais e renais, sendo desta forma uma das principais causas de morte e de outras doenças em todo o mundo.

Veja alguns fatos sobre a hipertensão, apontados pela coordenadora da Clínica de Cardiologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Regina Adler.

- A hipertensão arterial ou pressão alta é caracterizada pelos níveis pressóricos acima de 140/90 mmHg (lê-se milímetros de mercúrio) e geralmente é assintomática. “Níveis pressóricos” nada mais é que a força do sangue fluindo dentro dos vasos sanguíneos.

- Entre os estratos populacionais mais propensos à hipertensão estão as mulheres e homens negros, pessoas de menor escolaridade e indivíduos na faixa etária acima dos 65 anos, sendo que as mulheres no pós-menopausa têm o risco aumentado devido às alterações hormonais e a queda nos níveis do estrogênio, que é um hormônio protetor.

- O diagnóstico da hipertensão deve ser baseado em pelo menos duas aferições da pressão por consulta, em pelo menos duas consultas. Medir a pressão arterial regularmente é a única maneira de fazer o diagnóstico. É comum que os sintomas só apareçam quando os níveis pressóricos já estão muito altos; nesse caso, os principais sintomas podem ser dor de cabeça, zumbido no ouvido, tontura e visão embaçada.

- Em casos mais graves de hipertensão não tratada, a doença pode levar a um acidente vascular cerebral (AVC), e até mesmo um infarto agudo do miocárdio. A condição também pode provocar ainda insuficiência cardíaca congestiva, angina, insuficiência renal e problemas visuais que podem se tornar crônicos.

- O tratamento medicamentoso da hipertensão é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser continuado pelo resto da vida. A hipertensão trem tratamento, mas não tem cura; o abandono do tratamento pode representar risco de vida para o paciente.

- Embora os fatores genéticos também influenciem na predisposição à hipertensão, existe uma série de fatores de risco que podem ser controlados por meio dos hábitos de vida saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada (preferir frutas, legumes, verduras, assados, grelhados, evitar o consumo excessivo de açúcar, de gorduras, de embutidos e enlatados, de sal), reduzir o consumo de álcool, não fumar, praticar atividades físicas e evitar o estresse.

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