Início de atividade física requer cuidados com o coração

Avaliação cardiológica é recomendada para quem quer sair do sedentarismo e começar a se exercitar

Uma das estratégias para prevenir doenças cardíacas é a prática regular de exercícios físicos, mas quem deseja sair do sedentarismo precisa seguir algumas orientações antes de começar a fazer qualquer atividade física, incluindo uma avaliação médica para acompanhar as condições da saúde do coração e evitar a hipertensão arterial.

Por meio do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) avaliou, em 2022, que entre as patologias cardiovasculares que mais vitimaram os paulistanos estão as doenças isquêmicas do coração e acidente vascular cerebral.

Os moradores de São Paulo contam com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) como porta de entrada para uma avaliação médica adequada.

O médico cardiologista Amaury Zatorre Amaral, da SMS, explica que o usuário da rede de saúde da capital pode ter orientações com profissionais como enfermeiros, médicos e nutricionistas para a prática da atividade física regular.

“Por diferentes fatores, muitas pessoas estão no grupo de risco, por estresse, ansiedade ou aumento de peso e até pela obesidade. Por isso, a necessidade de praticar atividade física e manter uma alimentação saudável”, afirma o médico.

É importante ressaltar que todas as gerações podem e devem praticar atividade física regular e usufruir dos benefícios que ela gera. Eventuais restrições existem e devem receber aconselhamento médico, mas sem interromper o hábito do exercício e seus benefícios a médio e longo prazo.

“De todo modo, recomenda-se que o iniciante deve, em primeiro lugar, procurar um profissional de saúde para avaliar sua condição atual, minimizar riscos e ser orientado sobre limites e possíveis restrições. A avaliação clínica detalhada inclui a realização de exames complementares prévios para atividades físico-esportivas e tem como finalidade identificar doenças cardiovasculares que sejam incompatíveis com a realização de determinados tipos de exercícios”, explica o cardiologista.

Para os iniciantes que vão praticar atividades físicas de baixa a moderada intensidade de forma esporádica, a avaliação médica visa perceber sintomas como palpitações, síncope (desmaio), dor no peito ou desconforto torácico, falta de ar quando faz esforços, tontura, desmaios, fadiga, ou qualquer outro sintoma desencadeado durante exercícios ou atividades do dia a dia, e também histórico familiar de morte súbita.

“Ao combater o sedentarismo, estamos prevenindo ou mesmo retardando de maneira significativa o risco de condições desfavoráveis à saúde cardiovascular, como hipertensão arterial, diabetes, aumento de gordura no sangue, obesidade e perda de massa e força na musculatura esquelética. Somado a tudo isso, é sabido que a prática regular de atividade física também promove um sono mais tranquilo e reparador, levando a uma maior disposição para o trabalho, estudos e lazer, além de melhorar a função do aparelho locomotor de maneira global”, enfatiza o médico.

Exames

A SMS realiza diversos procedimentos e exames cardiológicos. De 2019 para cá, houve um expressivo aumento na realização de exames cardiológicos.

Desde 2019, foram realizados 2.810.712 exames (eletrocardiogramas, teste ergométricos e ecocardiografias). Em 2022, foram realizados 770.565 e em 2023 até agora, 137.091.

Rede de apoio ao coração

A SMS, por meio da Área Técnica de Cardiologia, implementou a Rede Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) que, atualmente, atua em duas frentes. A primeira, assistencial, com linhas de cuidados do IAM, que começa na entrada da vítima de infarto na unidade de saúde, depois na regulação dele para um centro de alta complexidade cardiovascular (hospital terciário com serviço de hemodinâmica e cirurgia cardíaca) e acompanhamento até a alta hospitalar, além do retorno do paciente à rede ambulatorial municipal para seguimento do acompanhamento.

A segunda é focada no âmbito educacional, capacitando os profissionais de saúde de todas as unidades de urgência e emergência que atuam na linha de frente, sobre temas como abordagem à vítima de infarto do miocárdio.

De acordo com Amaury, a agilidade é fundamental nesses casos. “Esse atendimento permite que um paciente com quadro agudo de infarto possa receber o primeiro atendimento o mais próximo de onde estiver e não apenas em hospitais, aumentando, assim, a possibilidade de sobrevivência e recuperação plena”, finaliza.